Cuiabá, 16 de Outubro de 2025

AGRONEGÓCIO Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025, 10:07 - A | A

Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025, 10h:07 - A | A

MERCADO

Brasil assume protagonismo nas exportações de soja

Enquanto isso, o Brasil colhe os frutos dessa mudança geopolítica

Agrolink

A decisão da China de suspender totalmente as compras de soja dos Estados Unidos em 2025, após novas tarifas impostas pelo governo Trump, provocou uma reviravolta no comércio global do grão. Segundo análise de William Guey, especialista do Observa China, o Brasil passou a ocupar o espaço estratégico deixado pelos norte-americanos, consolidando-se como o principal fornecedor para o maior mercado consumidor do mundo.

Nos Estados Unidos, os impactos são severos. As exportações agrícolas para a China devem recuar para US$ 17 bilhões em 2025, que representa uma queda de 30% em relação a 2024, e podem despencar para apenas US$ 9 bilhões em 2026, o menor nível desde a guerra comercial de 2018. O cenário pressiona os produtores, levando o número de falências de fazendas ao maior patamar desde 2021.

Enquanto isso, o Brasil colhe os frutos dessa mudança geopolítica. A demanda chinesa por soja segue em alta e, com ela, crescem as exportações brasileiras, fortalecendo a balança comercial e ampliando a influência do país nas negociações globais de commodities. O movimento reforça a posição do agronegócio brasileiro como eixo central da segurança alimentar da China e parceiro estratégico em tempos de tensões comerciais.

No entanto, segundo ele, o desafio está em transformar o atual boom em política de longo prazo. Diversificar mercados, investir em valor agregado e aprimorar a infraestrutura logística são passos essenciais para garantir competitividade e sustentabilidade. A questão que se impõe, como aponta Guey, é se o Brasil está preparado para converter essa oportunidade em liderança duradoura no cenário global.

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