Cuiabá, 14 de Outubro de 2025

AGRONEGÓCIO Terça-feira, 14 de Outubro de 2025, 09:07 - A | A

Terça-feira, 14 de Outubro de 2025, 09h:07 - A | A

CEREAIS

Trigo começa semana de forma lenta

No Paraná, o avanço da colheita vem melhorando o abastecimento dos moinhos

Agrolink

O mercado brasileiro de trigo começou a semana em ritmo lento e com preços pressionados, especialmente no Rio Grande do Sul e Paraná, segundo informações da TF Agroeconômica. As recentes chuvas e a desvalorização do dólar contribuíram para a retração dos negócios, enquanto os moinhos seguem cautelosos e parte das regiões inicia a retomada da colheita.

No Rio Grande do Sul, o cenário é de “ressaca” após as precipitações do fim de semana, que variaram entre 3 mm e 60 mm, sem grandes impactos sobre as lavouras. O domingo e a segunda-feira foram marcados por sol e ventos, permitindo que a colheita fosse retomada em algumas áreas. No entanto, o mercado ficou praticamente parado devido à queda do dólar. As indicações de exportação estão em R$ 1.180,00 por tonelada para entrega em novembro, enquanto os vendedores pedem R$ 1.200,00 com pagamento antecipado. Os moinhos seguem fora do mercado, e os volumes destinados à exportação e moagem no estado somam cerca de 220 mil toneladas, bem abaixo das 330 mil registradas no ano anterior. Nos preços internos, as cotações seguem em leve baixa, com R$ 60,00 a saca nas Missões e R$ 62,00 em Panambi.

Em Santa Catarina, a colheita avança lentamente nas lavouras mais precoces, mas ainda sem movimento significativo de vendas. Alguns produtores pedem R$ 1.250,00 FOB pelo trigo novo, valor semelhante ao que moinhos estão dispostos a pagar CIF, o que tem travado os negócios. O último registro foi um pequeno lote de trigo branqueador do Cerrado, a R$ 1.600 CIF. Os preços da saca recuaram para R$ 64,00 em Canoinhas e Xanxerê, mantiveram-se em R$ 62,00 em Chapecó e caíram para R$ 70,50 em Joaçaba.

No Paraná, o avanço da colheita vem melhorando o abastecimento dos moinhos, que encontram trigo novo a preços mais competitivos. As ofertas giram entre R$ 1.220 e R$ 1.280 por tonelada, dependendo da região. Já o trigo importado, especialmente o paraguaio e o argentino, mantém preços firmes entre US$ 230 e US$ 269 por tonelada, mas a recente valorização do real (+2,38%) encareceu as importações. Os preços pagos aos produtores paranaenses recuaram 2,52% na semana, para uma média de R$ 64,94 por saca, ampliando o prejuízo para quase 13%, dado o custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63.

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