O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sendo aconselhado por amigos próximos a decidir na Mesa Diretora os casos de Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) até a próxima quarta-feira (17).
Motta conversou sobre o tema com esses interlocutores, que avaliam ser o melhor caminho cassar o mandato dos dois na própria Mesa, já que o STF deixou claro que esse é o procedimento juridicamente correto.
Esses interlocutores de Hugo Motta confidenciaram que há uma expectativa de que os dois, tanto Ramagem como Eduardo Bolsonaro, renunciem a seus mandatos, seguindo o caminho adotado pela deputada Carla Zambelli.
A parlamentar abriu mão do mandato para evitar uma cassação já determinada pelo STF, depois que o plenário da Câmara decidiu poupá-la da perda do mandato.
Se eles não renunciarem, o mandato dos dois seria cassado pela Mesa Diretora. Essa saída precisa ser combinada, porém, com os integrantes da mesa e também com os líderes partidários. Eles vão se reunir com Hugo Motta nesta segunda-feira (15) à tarde.
Por outro lado, líderes do Centrão e do PL defendem um adiamento da sessão marcada para analisar o processo de cassação do deputado Alexandre Ramagem, deixando essa análise para o ano que vem.
Esses líderes querem também manter o mandato de Eduardo Bolsonaro nesta reta de final de ano, deixando sua cassação por faltas apenas para março do ano que vem.
Caso Zambelli
Hugo Motta foi poupado de novo embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) depois que a deputada Carla Zambelli anunciou a renúncia de seu mandato.
O presidente da Câmara tinha de tomar uma decisão sobre a determinação do ministro Alexandre de Moraes, referendada pelo STF, de cassar o mandato da deputada foragida na Itália e convocar seu suplente.
Agora, com a renúncia, fica livre desta nova guerra. Do lado da parlamentar, nada muda. Ela segue com seus direitos políticos cassados por condenação com trânsito em julgado em duas ações.


