Cuiabá, 25 de Novembro de 2025

INTERNACIONAL Terça-feira, 25 de Novembro de 2025, 14:08 - A | A

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guerra com a rússia

Zelensky: 'Ucrânia está pronta para avançar com acordo de paz de Trump'

Em discurso para a chamada Coalizão dos Dispostos, que reúne aliados europeus, o presidente ucraniano pediu a elaboração de um plano para o envio de uma "força de apoio" ao país

G1

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (25) que seu governo está pronto para avançar com um acordo de paz apoiado pelos Estados Unidos.

Em um discurso para a chamada Coalizão dos Dispostos, que reúne aliados europeus do país, o líder ucraniano afirmou, de acordo com a agência de notícias Reuters, que está preparado para discutir os pontos sensíveis da proposta com o presidente americano, Donald Trump, em conjunto com o grupo.

Zelensky ainda pediu que os aliados elaborem um plano para o envio de uma "força de apoio" à Ucrânia e continuem apoiando Kiev enquanto Moscou não demonstrar vontade de pôr fim à guerra.

Após o encontro, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que os países da União Europeia irão pensar em uma solução para financiar a Ucrânia com os ativos russos que foram congelados pelo bloco.

"Precisamos de uma paz séria, que respeite o direito internacional. Decidimos criar um workshop liderado pela França e pelo Reino Unido, com o apoio da Turquia e dos EUA, para preparar as garantias de segurança da Ucrânia", afirmou.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que o país irá entregar mais mísseis de defesa aérea à Ucrânia nas próximas semanas.

Questionado sobre o acordo de paz nesta terça, durante cerimônia na Casa Branca, Trump mostrou estar otimista:

"Acho que estamos muito perto de um acordo sobre a Ucrânia".

Proposta de paz dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta segunda-feira (24) que um "grande progresso" foi feito nas negociações pelo fim da guerra na Ucrânia ocorridas em Genebra no fim de semana. Diversos líderes europeus também foram na mesma linha, após as tratativas terem gerado mudanças no plano de paz.

“Será realmente possível que grandes progressos estejam sendo feitos nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia??? Não acredite até ver, mas algo bom talvez esteja acontecendo. DEUS ABENÇOE OS ESTADOS UNIDOS!”, escreveu Trump em publicação na rede social Truth Social.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou que "passos importantes" foram dados em uma reunião com autoridades dos EUA no fim de semana e disse ter sido possível discutir "pontos extremamente delicados", porém afirmou que ainda há muito por fazer para acabar com a guerra.

Em discurso por videoconferência ao parlamento da Suécia nesta segunda-feira (24), Zelensky afirmou que este é “um momento crítico” e que ceder territórios é o principal problema atualmente. Para encerrar a guerra, a Rússia exige anexar a região de Donbass, ao leste da Ucrânia e que inclui os estados de Donetsk e Luhansk.

"Putin quer o reconhecimento legal do que roubou, quer quebrar o princípio de integridade territorial e soberania. Esse é o principal problema. Todos vocês entendem o que isso significa", disse Zelensky. Segundo o líder ucraniano, isso seria "muito perigoso" porque abriria um precedente para os russos.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que houve um "progresso tremendo" nas negociações com a Ucrânia e deixou claro que a proposta de paz de 28 pontos sugerida pelos EUA é um “documento vivo e em evolução”, e conversas acerca do plano continuarão fora de Genebra. Um comunicado da Casa Branca afirmou que "como resultado das discussões, as partes elaboraram uma estrutura de paz atualizada e aprimorada", porém sem dar mais detalhes.

A rodada de negociações no fim de semana foi provocada pelo plano de paz americano e um ultimato de Trump para que Zelensky o aceite até quinta-feira (27). A proposta original dos EUA, vazada semana passada, continha termos favoráveis à Rússia, segundo especialistas, como o reconhecimento oficial dos territórios ucranianos controlados por tropas russas como pertencentes à Rússia, e a limitação do tamanho do exército ucraniano.

Os aliados europeus apresentaram uma contraproposta, de 24 pontos, que reduziria algumas das concessões territoriais e manteria a capacidade da Ucrânia se defender de um novo ataque. A Alemanha disse hoje que a proibição de entrada da Ucrânia na Otan foi removida do plano original.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta segunda-feira que a Rússia ainda não foi informada sobre o resultado das negociações entre EUA, Ucrânia e europeus.

Aliados europeus ainda buscam uma voz mais ativa e contundente no rumo das negociações por paz, feitas de forma direta entre o governo Trump e os russos. O ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadephul, afirmou que as conversas em Genebra produziram um "sucesso decisivo" aos europeus. O chanceler Merz afirmou que Trump pareceu aberto ao plano europeu desenvolvido em conjunto com a Ucrânia.

A presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen, afirmou nesta segunda-feira que agora há uma base sólida para avançar as tratativas pela paz, porém reafirmou que a soberania e integridade territoriais da Ucrânia têm que ser respeitadas. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, disse que qualquer plano de paz não pode deixar a segurança da Europa em risco.

A ministra das Relações Exteriores sueca, Maria Stenergard, afirmou que fronteiras não podem ser mudadas com o uso da força e que Exército ucraniano não pode ser limitado porque isso abriria portas para novas agressões da Rússia no futuro. Já o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, disse que as tratativas foram algum progresso, porém disse que ainda há "questões importantes" por resolver.

O líder do Parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, afirmou nesta segunda-feira que as linhas vermelhas para a Ucrânia nas negociações por paz são o reconhecimento formal de territórios ocupados pelas tropas russas, a limitação do Exército e restrições a alianças futuras do país.

 

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