A deputada estadual Janaina Riva (MDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (9), para denunciar a forma como o Governo do Estado tem conduzido mudanças no funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Mato Grosso. A parlamentar classificou a postura do Executivo como desrespeitosa, tanto com os profissionais da saúde quanto com o Legislativo estadual, e alertou para a falta de transparência no processo.
“Eu quero registrar aqui o desrespeito do governo do Estado com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso para tratar desse tema. Não existe problema nenhum em se discutir para que os bombeiros integrem o SAMU, ou o SAMU integre os bombeiros. […] Agora, fazer isso sem diálogo, sem transparência e sem passar essa pauta pela Assembleia é muito desrespeito com o Legislativo”, disparou.
Na semana passada, a deputada apresentou um requerimento de informações pedindo explicações ao governo sobre mudanças na estrutura do SAMU, especialmente sobre acordos não divulgados que afetam diretamente a rotina de servidores da saúde em todo o estado. A iniciativa partiu após denúncias de servidores de que decisões estavam sendo tomadas de forma unilateral, sem qualquer debate prévio.
“É competência da Assembleia Legislar sobre esse tema. Mas, dessa vez, em um acordo sigiloso, foi trabalhado para que o SAMU deixasse de ser gerido pela saúde — porque é isso que querem fazer — e militarizasse o SAMU”, relatou a deputada, acrescentando que o problema não está na discussão em si, mas na forma com que o governo age.
Janaina também denunciou que médicos foram informados de que devem se apresentar, já nesta quinta-feira (10), no CIOSP, e, mais grave ainda, que estão sendo obrigados a vestir fardas do Corpo de Bombeiros. “Isso é um verdadeiro absurdo com a classe médica de Mato Grosso”, protestou.
A parlamentar fez um apelo para que o tema seja discutido com responsabilidade dentro da Assembleia e cobrou a criação de uma mesa técnica coordenada pelo presidente da Casa, deputado Max Russi, e pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora, deputado Doutor João, que também é defensor da pauta.
“Estamos abertos ao diálogo, como eu entendo que os profissionais da saúde do SAMU que aqui estão também estão abertos. Agora, fazer isso da forma que foi feita é um grande desrespeito para estes que salvam vidas no dia a dia, correndo risco nos bairros de maior vulnerabilidade e em diversos municípios de Mato Grosso”, pontuou.
Para a deputada, a condução do governo nesse episódio escancara a ausência de escuta ativa e respeito aos servidores. “Eles não serem nem ouvidos nessa pauta é uma demonstração da falta de habilidade de diálogo que o Governo do Estado tem tido com o servidor público mato-grossense”, finalizou.