Cuiabá, 20 de Junho de 2025

CIDADES Quinta-feira, 19 de Junho de 2025, 19:08 - A | A

Quinta-feira, 19 de Junho de 2025, 19h:08 - A | A

LUTO

Família de cuiabano assassinado no Chile faz vaquinha para trazer corpo ao Brasil

Sem condições de arcar com o custo do translado do corpo, estimado em cerca de R$ 23 mil, os familiares criaram uma vaquinha online para tentar trazer Alleyxssonn de volta ao Brasil.

Redação

A família de Alleyxssonn Migguell Batista Dias de Souza, de 26 anos, natural de Cuiabá (MT), vive dias de dor e desespero. O jovem, que estava preso no Chile há alguns meses, foi assassinado dentro da penitenciária onde cumpria pena, após uma briga entre detentos. Sem condições de arcar com o custo do translado do corpo, estimado em cerca de R$ 23 mil, os familiares criaram uma vaquinha online para tentar trazer Alleyxssonn de volta ao Brasil.

“Meu filho foi para o Chile há quase sete anos, sonhando com uma vida melhor. Ele sempre dizia que só voltaria quando pudesse me tirar daqui, porque eu merecia uma vida melhor”, contou, emocionada, a mãe de Alleyxssonn, Ana Fernanda Batista. “Ele era o mais velho de quatro irmãos, um menino humilde, respeitador, trabalhador”.

Segundo Ana Fernanda, Alleyxssonn havia se mudado para o Chile com o tio, por parte de pai, mas permaneceu no país mesmo após o retorno do parente. Nos primeiros anos, ele trabalhou como ajudante de marcenaria e fazia bicos para sobreviver. O contato com a mãe era constante pelas redes sociais, mas começou a diminuir nos últimos meses. Foi então que ele revelou, de forma breve, que estava preso, sem explicar os motivos.

“Ele me disse que estava preso, mas que eu não me preocupasse, que ia resolver. Disse que onde estava, não podia usar celular, por isso estava difícil manter contato. Depois disso, os meses passaram e os contatos quase pararam”, relatou Ana. A notícia da morte do jovem chegou por meio de um amigo que vive em Santiago, que tentou confirmar a informação com as autoridades locais.

O assassinato ocorreu no dia 11 de junho, mas o corpo ainda não foi liberado, segundo a mãe. “O consulado brasileiro me confirmou que era ele, que ele levou uma facada, mas disseram que não podiam fazer nada porque o translado não é responsabilidade do consulado nem do governo chileno. Está tudo parado por conta da investigação. Enquanto isso, meu filho está lá”, desabafa Ana.

Sem recursos para custear o retorno do corpo, a família orçou os valores com funerárias chilenas indicadas pelo consulado e conseguiu uma proposta de 3.950.000 pesos chilenos – o equivalente a R$ 23 mil. A vaquinha foi criada com a meta de R$ 25 mil para cobrir taxas da plataforma e garantir que todo o valor necessário seja alcançado.

“Já conseguimos cerca de R$ 7 mil, mas ainda falta muito. A gente só quer trazer ele pra casa, dar um enterro digno, estar com ele pela última vez”, implora Ana. “É muito doloroso perder um filho longe, sem saber o que realmente aconteceu, e agora ter que mendigar ajuda pra trazê-lo”.

A família também disponibilizou uma chave Pix ([email protected]) para quem quiser contribuir diretamente. “É revoltante ver que nem o consulado sabia da prisão do meu filho, que era um jovem negro, sozinho num país estranho, sem apoio nenhum. Agora, ninguém se responsabiliza. A gente só quer justiça e dignidade pra ele”, finalizou a mãe.

Para ajudar basta acessar o site da arrecadação.

 

Comente esta notícia