Em meio à visita à Índia do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, empresários brasileiros projetam um aumento no fluxo bilateral de comércio e investimentos, que pode atingir a ordem de US$ 20 bilhões até 2030.
A aposta, segundo o governo, é buscar mais comércio, investimentos, empregos e cooperação em setores estratégicos entre os dois países.
A comitiva brasileira que está no país asiático é composta por representantes de empresas de áreas como alimentos, bebidas, agronegócio, construção, tecnologia, máquinas e equipamentos, energia e moda.
A expectativa, de acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), é que a agenda de cooperação contribua para ampliar projetos em áreas como biocombustíveis, hidrogênio verde, energias renováveis e inovação tecnológica, além de modernizar acordos já existentes.
Nessa quinta-feira (16), foi anunciada a ampliação do Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia — que visa facilitar investimentos e evitar dupla tributação —, além da emissão do visto eletrônico de negócios para a Índia.
De janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras para a Índia aumentaram 14,8%, enquanto as importações cresceram 31,8%, quando comparadas ao mesmo período do ano passado.
A Índia é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2024, foi o 11º destino das exportações brasileiras e o 6º principal fornecedor ao Brasil.
“O objetivo é expandir ainda mais o fluxo de comércio bilateral, que já é o sétimo maior do Brasil”, disse Alckmin.
Veja as propostas de acordo discutidas
Saúde e agro
Durante encontro com autoridades indianas nessa quinta, foi debatida uma possível parceria na área da saúde. Segundo Alckmin, o acordo ainda será anunciado, mas a ideia que área da indústria farmacêutica e de vacinas seja ampliada.
De acordo com o governo, é esperada também a ampliação das exportações de proteínas e produtos agroindustriais brasileiros para o mercado indiano.
Eletroeletrônicos
No setor de eletroeletrônicos, a empresa WEG afirmou que tentará desenvolver novos produtos na Índia. A companhia conta com itens industriais para geração, transmissão e distribuição de energia, com destaque para equipamentos de grande porte, como hidrogeradores, motores de alta tensão e equipamentos para projetos de irrigação.
Ainda na ocasião, a empresa ANIDEC-Embraco, especializada na produção e comercialização de compressores e motores de alta eficiência energética para refrigeração, anunciou investimento de US$ 120 milhões na Índia para construir uma nova fábrica, no estado de Maharastra.
Energia e itens básicos
A área de energia também foi beneficiada. A Petrobras assinou um contrato para fornecimento de mais 6 milhões de barris de petróleo para a Índia.
Além disso, a reunião contribuiu, segundo o governo, para evidenciar produtos brasileiros adaptados às necessidades do mercado local indiano.
“Produtos relacionados a saneamento básico, que é uma necessidade enorme do mercado indiano, além dos relacionados à construção civil, isolamento térmico, saúde e segurança alimentar permeiam as relações entre os dois países”, detalhou a diretora de negócios da Apex Brasil, Ana Repezza.
Defesa
Além dos produtos comerciais, os governos também buscam explorar uma cooperação em áreas como treinamento militar, interoperabilidade e manutenção.
Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, oficiais das Marinhas da Índia e do Brasil avaliam cooperar na manutenção dos submarinos franceses Scorpène, presentes nas esquadras de ambos os países.
Houve também um avanço nas tratativas sobre o interesse da Índia em adquirir seis aeronaves E-145 da Embraer, para conversão em plataformas de alerta avançado e controle aéreo.