O mercado de soja segue influenciado por fatores políticos e operacionais que alteram o ritmo das negociações internacionais. As oscilações recentes têm refletido decisões estratégicas de grandes compradores, ajustes logísticos e o andamento do plantio em países produtores, compondo um ambiente de preços ainda marcado por incertezas.
Segundo a TF Agroeconômica, a China mantém compras de soja dos Estados Unidos e já acumula volume equivalente a cerca de um terço da meta definida após encontro entre autoridades dos dois países. A motivação dessas compras é classificada como política, já que os preços de Brasil e Argentina seguem mais competitivos. Consultorias destacam que o mercado vem sendo guiado por movimentos desse tipo desde fevereiro, quando mudanças temporárias na Argentina alteraram o fluxo comercial.
Outra frente de atenção envolve o ritmo lento das aquisições chinesas. A estratégia, descrita como um processo que alterna compras graduais e embarques irregulares pelos portos do Pacífico e do Golfo, teria efeito psicológico sobre vendedores, gerando apreensão nas negociações.
Também circularam rumores sobre possível suspensão das compras de soja brasileira pela China após a detecção de pesticidas em pequena carga de trigo armazenada no porão de um navio com 69 mil toneladas de soja. A TF Agroeconômica afirma que o episódio foi isolado, levou ao bloqueio de apenas cinco unidades entre mais de duas mil habilitadas e não altera o fluxo de exportações.
Na Argentina, o atraso no plantio adiciona um componente altista ao cenário. O país alcançou 36% da área prevista, abaixo do ritmo do ano passado e da média recente, apesar das boas condições de umidade em parte das lavouras.
