Cuiabá, 04 de Julho de 2025

INTERNACIONAL Quinta-feira, 03 de Julho de 2025, 08:42 - A | A

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No Mar Negro

Navios dos EUA treinam para sobreviver a ‘pesadelos’ que destruíram frota russa

R7

Diante do uso eficaz de drones navais pela Ucrânia contra a frota russa desde 2022, a Marinha dos Estados Unidos passou a intensificar treinamentos voltados à defesa contra esse tipo de ameaça. As simulações preparam tripulações para reagir a ataques rápidos e de alto impacto, como os que forçaram Moscou a recuar de posições estratégicas no Mar Negro.

Os exercícios são conduzidos pela Força-Tarefa 66, braço das forças navais dos EUA na Europa e na África. O grupo foi criado em 2024 para acelerar a integração de sistemas não tripulados à frota tradicional e explorar novas táticas de guerra.

O Contra-Almirante dos EUA, Michael Mattis, que dirige a força-tarefa, afirmou que o objetivo é treinar marinheiros para reagir em segundos diante de embarcações pequenas que podem aparecer de forma rápida e atacar pontos vulneráveis de grandes navios. As informações são do jornal Business Insider.

Como são os treinamentos?

Inspirados no sucesso da Ucrânia contra a frota russa, os treinamentos simulam ataques coordenados de drones em alta velocidade, que podem sair de trás de um navio e invadir o alvo por ângulos inesperados. Os exercícios não envolvem disparos reais, mas exigem tomada de decisão em tempo real diante de ameaças simultâneas.

No Mar Negro, a Ucrânia destruiu ou danificou dezenas de embarcações russas usando drones navais de baixo custo, o que forçou Moscou a retirar navios da Crimeia e recuar para o porto de Novorossiysk. Segundo Mattis, cerca de 40% da força naval russa na região foi neutralizada pelos dispositivos ucranianos. A reação da Rússia envolveu o uso de patrulhas aéreas para detectar os drones, o que levou a Ucrânia a adaptar os sistemas e equipar as embarcações com mísseis terra-ar, derrubando caças e helicópteros.

Além da destruição de navios, um levantamento da BBC indica que a Ucrânia realizou pelo menos 11 ataques com drones marítimos. Os alvos incluíam navios de guerra, a base naval russa em Sevastopol e o porto de Novorossiysk. Fontes de defesa ucranianas também informaram à CNN que drones navais foram usados no ataque à ponte Kerch, em julho.

Algumas operações ocorreram longe da costa ucraniana. Em maio, imagens mostraram drones se aproximando do navio russo Ivan Khurs, especializado em coleta de informações. A Rússia disse que o incidente ocorreu a cerca de 140 km ao norte do Estreito de Bósforo, o que indica que essas embarcações também podem percorrer longas distâncias.

Durante o exercício Báltico 2025, a Marinha dos EUA usou o Global Autonomous Reconnaissance Craft, um drone naval desenvolvido pela empresa americana BlackSea Technologies, para simular um ataque contra os navios USS Mount Whitney e USS Paul Ignatius.

Mattis afirmou que o grande desafio é a imprevisibilidade do campo de batalha. A Força-Tarefa 66 pretende avançar para simulações mais complexas, que combinem drones navais, ameaças aéreas e decisões sob pressão, com o objetivo de gerar surpresa e expor vulnerabilidades do inimigo antes que ele possa reagir.

“Vimos nossos parceiros ucranianos fazerem isso de maneira incrivelmente inspiradora”, concluiu Mattis.

 
 

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