Cuiabá, 03 de Julho de 2025

INTERNACIONAL Quarta-feira, 02 de Julho de 2025, 07:48 - A | A

Quarta-feira, 02 de Julho de 2025, 07h:48 - A | A

guerra na ucrânia

Temendo escassez de armamentos, EUA param entregas de mísseis a Kiev

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira (1º), que interromperam o fornecimento de alguns tipos de armas a Kiev, alegando preocupação com o declínio de seus próprios estoques de munição

RFI

Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira (1º), que interromperam o fornecimento de alguns tipos de armas a Kiev, alegando preocupação com o declínio de seus próprios estoques de munição. O anúncio ocorre em meio à intensificação dos ataques russos contra a Ucrânia.

A decisão de suspender o fornecimento de certas armas à Ucrânia foi tomada "para colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar", disse Anna Kelly, porta-voz adjunta da Casa Branca, em um comunicado enviado à AFP, confirmando as informações da imprensa americana, sem fornecer mais detalhes.

De acordo com o site Politico e outros veículos de comunicação americanos, a interrupção nas entregas diz respeito, em particular, a sistemas de defesa aérea MIM-104 Patriot, à artilharia de precisão e a mísseis antitanque AGM-114 Hellfire. A decisão, segundo a imprensa, ocorre após preocupações do Pentágono com os estoques militares dos EUA, de onde provém a ajuda militar à Ucrânia.

Negociações malsucedidas
Isso ocorre em um momento em que, após duas rodadas infrutíferas de negociações em Istambul entre delegações dos dois países, a Ucrânia enfrenta uma intensificação dos ataques aéreos russos. 

O número de drones de longo alcance lançados pela Rússia aumentou 36,8% em junho, em relação ao mês anterior, de acordo com uma análise da AFP realizada na terça-feira. 

De acordo com dados militares ucranianos, a Rússia enviou 5.438 drones de ataque de longo alcance contra seu território em junho — o maior número desde fevereiro de 2022 — em comparação com 3.974 em maio. Esses números incluem drones enviados à noite e contabilizados todas as manhãs por Kiev e não incluem ataques de outros tipos de aparelhos amplamente utilizados nas linhas de frente.

Os ataques russos estão sobrecarregando as defesas antiaéreas e levando a população civil à exaustão, após quase dois anos e meio de conflito. 

Até agora, e apesar da relação conflituosa com Kiev, o presidente Donald Trump deu continuidade, pelo menos parcialmente, à ajuda militar iniciada sob o governo anterior. Sob a presidência de Joe Biden, os Estados Unidos forneceram a Kiev mais de US$ 60 bilhões em ajuda militar. 

"Embora essa redução na ajuda americana não cause o colapso das linhas ucranianas, prejudicará seriamente as defesas da Ucrânia, particularmente suas capacidades em mísseis antibalísticos e ataques de precisão", disse John Hardie, especialista em Rússia da Fundação para a Defesa das Democracias (FDD), um instituto independente com sede em Washington. Além disso, o especialista prevê que a decisão levará à morte de mais soldados e civis ucranianos, à perda de mais território e à destruição de mais infraestruturas críticas.

Novos ataques

Novos ataques russos foram relatados na madrugada de quarta-feira (2), pelas autoridades ucranianas, incluindo um realizado com drones contra uma fazenda na cidade de Borivske, na região de Kharkiv, que deixou um morto e um ferido. Outros dois ataques na mesma região causaram danos materiais, mas nenhuma vítima. 

Por sua vez, o exército ucraniano assumiu a responsabilidade por um ataque a uma refinaria de petróleo na região de Saratov, na Rússia. Segundo o Estado-Maior da Ucrânia no Telegram, ela foi usada "para fornecer combustível e lubrificantes às unidades militares russas envolvidas na agressão armada contra a Ucrânia".

 

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