Logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar novas ações contra cartéis no Caribe e no Pacífico, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou exercícios militares durante 72 horas na costa do país.
Participam da atividade as Forças Armadas, com as milícias e forças policiais. A medida é uma resposta direta à mobilização naval dos EUA no Mar do Caribe, que Caracas descreve como uma 'ameaça' destinada a provocar uma 'mudança de regime'.
O exercício militar cobrirá 100% da costa da Venezuela e terá uma longa duração para, segundo Maduro, 'proteção de todos os pontos'.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, explicou que a operação busca o 'ponto ideal' de preparação para o que ele considera uma ameaça externa. Ele afirma que as manobras incluem o reconhecimento das rotas; operações anfíbias; e exploração radioelétrica e levantamento por drones.
López ainda comentou, nessa quinta-feira (23), que agentes da CIA já estão em território venezuelano, defendendo que as operações irão 'fracassar'.
'Podem enviar quantas unidades quiserem em operações encobertas a partir de qualquer ponto do país. Qualquer tentativa vai fracassar'.
A mobilização venezuelana é uma resposta à mobilização dos EUA no Caribe, que Washington justifica como parte do combate ao narcotráfico originário da Venezuela, posteriormente afirmando que seria da Colômbia.
No entanto, para o governo Maduro, se trata de um ato de intimidação com o objetivo de forçar uma mudança de governo no país, marcando uma nova escalada de tensão na região.
Ataques no Pacífico
Em uma publicação nas redes sociais, o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, justificou o ataque a novas embarcações no Pacífico nessa quarta (22) e quinta-feira (23).
Ele escreveu que são organizações 'terroristas' que traficam drogas para os Estados Unidos e outros países da região. Segundo secretário, os EUA já sabiam que 'embarcação estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava entorpecentes'. Três pessoas morreram.
Hegseth disse que essas organizações de narcotraficantes são a 'Al-Qaeda do nosso hemisfério e não escaparão da justiça'.
'Nós os encontraremos e os mataremos, até que a ameaça ao povo americano seja extinta', completou.
Em uma nota divulgada após novos ataques a uma embarcação do Caribe, o governo colombiano pediu para que os Estados Unidos interrompa e respeite as 'normas ditadas pelo direito internacional'.
O texto foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, que ainda afirmou rejeitar a 'destruição de uma embarcação supostamente relacionada ao narcotráfico no Oceano Pacífico por parte dos Estados Unidos'.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, admitiu que deve processar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após novas acusações de que ele seria um 'bandido' e que estaria envolvido com o tráfico de drogas no país.
Petro escreveu que se defenderia das 'calúnias' nos 'tribunais americanos'.
'Em relação à calúnia lançada contra mim em solo americano por autoridades de alto escalão, me defenderei legalmente com advogados americanos nos tribunais dos EUA. Sempre serei contra genocídios e assassinatos cometidos por pessoas poderosas no Caribe. Quando precisarem de nossa ajuda para combater o tráfico de drogas, a sociedade americana a terá', escreveu.
Trump insultou Petro novamente durante uma conversa com repórteres na Casa Branca. Depois de o chamar de 'chefão do tráfico' no fim de semana, ele insistiu nessa quarta-feira (22) que ele 'produz muita droga'.
'É melhor ele tomar cuidado, ou tomaremos medidas muito severas contra ele e seu país', completou, ainda afirmando que os subsídios para o país sul-americano foram cortados.


