Cuiabá, 09 de Setembro de 2025

INTERNACIONAL Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025, 14:19 - A | A

Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025, 14h:19 - A | A

guerra com o hamas

Israel promete 'tempestade de furacão' sobre Gaza e derruba novo arranha-céu

Estratégia adotada pelo governo Netanyahu antes de entrar com tropas na maior cidade da Faixa de Gaza prevê destruir edifícios de muitos andares, que alega serem utilizados de forma estratégica pelo Hamas

G1

Israel derrubou nesta segunda-feira (8) um arranha-céu de 12 andares no centro da Cidade de Gaza, o 4º prédio do tipo destruído pelo 4º dia seguido na Faixa de Gaza. O bombardeio ocorreu após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ter prometido que "uma enorme tempestade de furacão" atingiria a cidade hoje.

O prédio era conhecido como Al-Roya 2, onde dezenas de famílias deslocadas pela guerra estavam abrigadas. O Exército israelense confirmou o bombardeio, ocorrido três horas após ter ordenado a evacuação do edifício e de centenas de tendas na área ao redor do local.

"Hoje uma enorme tempestade de furacão atingirá os céus da cidade de Gaza, e os telhados das torres do terror tremerão. Este é o último aviso para os assassinos e estupradores do Hamas em Gaza e nos hotéis de luxo no exterior: libertem os reféns e depõem as armas — ou Gaza será destruída e vocês serão aniquilados. Israel continua conforme planejado — e se prepara para expandir a operação para derrotar Gaza", afirmou Katz.

Em comunicado, o Exército israelense disse que terroristas do Hamas que haviam “instalado meios de coleta de inteligência” e dispositivos explosivos estavam operando perto do prédio e “o usaram durante toda a guerra para planejar e promover ataques terroristas contra as forças das IDF.”

Ainda não se sabe, até a última atualização desta reportagem, se o ataque ao Al-Roya 2 deixou mortos ou feridos. Um vídeo do momento do ataque mostra dois mísseis atingindo a base do edifício, e gritos de pessoas após a queda do prédio.

Os ataques aéreos a arranha-céus da Cidade de Gaza compõem uma estratégia adotada pelo governo Netanyahu antes de entrar com tropas na cidade para tomá-la completamente (leia mais abaixo). A ideia é destruir edifícios de muitos andares, que segundo Israel são utilizadas de forma estratégica pelo Hamas.

No domingo, Israel derrubou o prédio Al-Roya. Já no sábado, foi a vez de um arranha-céu residencial não identificado. Na sexta-feira, o 2º maior prédio de Gaza foi derrubado. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que Israel derrubou 50 edifícios "utilizados pelo Hamas" na Cidade de Gaza.

Mais cedo nesta segunda-feira, Israel havia afirmado que intensificaria os ataques aéreos contra Gaza nesta segunda-feira em um “furacão poderoso”, servindo como último aviso ao Hamas de que destruirá o enclave, a menos que os combatentes aceitem a exigência de libertar todos os reféns e se render.

 Moradores disseram que as forças israelenses bombardearam a Cidade de Gaza pelo ar e explodiram veículos blindados antigos em suas ruas. O Hamas afirmou que estava analisando a mais recente proposta de cessar-fogo dos EUA, entregue no domingo (8) com um alerta do presidente Donald Trump de que essa era a “última chance” do grupo terrorista.

A guerra começou com um ataque de combatentes liderados pelo Hamas no sul de Israel em 2023. Os atacantes mataram 1.200 pessoas, segundo números israelenses, e levaram mais de 250 reféns para Gaza. A maioria dos reféns foi libertada em cessar-fogos em novembro de 2023 e entre janeiro e março de 2025, mas o grupo manteve outros como moeda de troca.

A ofensiva israelense reduziu grande parte do enclave a escombros e causou uma catástrofe humanitária. Mais de 64.000 palestinos foram confirmados mortos, segundo autoridades de saúde em Gaza.

Operação terrestre

Netanyahu afirmou nesta segunda-feira (8) que as tropas do país estão se organizando e juntando para uma "manobra terrestre" na Cidade de Gaza e alertou para que todos os moradores do local "evacuem agora".

Seu governo aprovou em meados de agosto a tomada total da Faixa de Gaza, tendo como a maior cidade do enclave o objetivo imediato. Israel considera a cidade como o último bastião do Hamas no território palestino, e acredita ser necessário entrar na cidade para obter a vitória total sobre o grupo e resgatar os reféns remanescentes.

O coronel Avichay Adraee, porta-voz em língua árabe do Exército, ordenou a evacuação de alguns bairros da maior cidade da Faixa de Gaza, zona onde vivem cerca de um milhão de palestinos, segundo a ONU. Adraee pediu que eles fossem para Khan Younis, no sul do território, que declarou "humanitária" e que teria uma estrutura humanitária para os receber.

 

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