Cuiabá, 21 de Maio de 2025

INTERNACIONAL Terça-feira, 20 de Maio de 2025, 13:41 - A | A

Terça-feira, 20 de Maio de 2025, 13h:41 - A | A

em meio a tensões

Índia manda prender youtuber por suposta espionagem para o Paquistão

R7

A polícia da Índia prendeu a youtuber Jyoti Malhotra, uma influenciadora que grava vídeos sobre viagens para o YouTube, sob suspeita de espionagem para o Paquistão. A prisão, anunciada no domingo (19), ocorre em meio a tensões entre os dois países, que firmaram um cessar-fogo no início do mês após um conflito armado de quatro dias.

Malhotra, que se descreve nas redes sociais como uma “garota moderna com ideias antigas” e possui 377 mil inscritos no YouTube, teria viajado ao Paquistão várias vezes, a última delas em março deste ano, segundo a rede britânica BBC.

A polícia de Haryana, estado no norte da Índia onde a influencer reside, alega que ela mantinha contato com Ahsan-ur-Rahim, um alto funcionário do Alto Comissariado do Paquistão, expulso da Índia em 13 de maio por atividades “não condizentes com seu status oficial”. A primeira reunião entre Malhotra e o funcionário teria ocorrido em 2023, quando ela buscou um visto em Délhi.

“Ela era uma blogueira de viagens e, na busca por visualizações, seguidores e conteúdo viral, caiu em uma armadilha”, afirmou Shashank Kumar Sawan, superintendente de polícia do distrito de Hisar, em Haryana, à imprensa, segundo a rede norte-americana CNN.

A polícia também investiga possíveis ligações de Malhotra com o ataque a turistas em Pahalgam, na Caxemira administrada pela Índia, em 22 de abril, que deixou 26 mortos. O Paquistão nega envolvimento no incidente.

As autoridades questionam como Malhotra, que documentou viagens a destinos como Bangladesh, China, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, financiava suas jornadas, alegando que sua renda declarada não condiz com os custos.

“Estamos analisando seus dados financeiros. Os detalhes das viagens dela desmentem sua fonte de renda”, disse Sawan, segundo a CNN. A polícia também afirmou que Malhotra mantinha contato com outros influenciadores do YouTube e fazia “viagens patrocinadas” ao Paquistão.

O pai da youtuber negou as acusações, afirmando à BBC que ela obteve as permissões necessárias para viajar ao Paquistão. À CNN, ele declarou desconhecer as viagens da filha, dizendo que ela produzia vídeos caseiros. Malhotra ainda não foi formalmente acusada.

Nos vídeos postados em março, Malhotra aparece explorando templos hindus e sikh, mercados locais e interagindo com moradores no Paquistão. Um de seus últimos vídeos mostra sua participação em um jantar de Ramadã no Alto Comissariado do Paquistão em Délhi.

A prisão de Malhotra não é um caso isolado. A polícia do estado de Punjab, também no norte da Índia, prendeu na segunda-feira (19) duas pessoas acusadas de vazar informações militares confidenciais para o Paquistão.

Em um comunicado publicado no X, a polícia disse que os suspeitos teriam divulgado detalhes sobre movimentos de tropas e localizações estratégicas. Eles podem responder por violar a Lei de Segredos Oficiais da Índia, com pena de até prisão perpétua.

As tensões entre Índia e Paquistão escalaram após o ataque contra turistas em Pahalgam, em abril. Depois do atentado, a Índia lançou uma operação militar em território paquistanês, objetivando o que o país descreveu como “infraestrutura terrorista”. Durante quatro dias, os dois países trocaram ataques com mísseis, drones e artilharia, resultando em dezenas de mortes.

Comente esta notícia