O Brasil perdeu, na tarde desta sexta-feira (8), um de seus maiores nomes do samba. Arlindo Cruz, cantor, compositor e instrumentista, faleceu no Rio de Janeiro aos 66 anos. O artista, que estava afastado dos palcos desde 2017, quando sofreu um AVC hemorrágico, deixa um legado de mais de 500 composições e um papel fundamental na preservação e renovação do gênero. Sua partida foi confirmada por familiares.
Mais do que um endereço no mapa, Madureira foi cenário e inspiração de algumas das canções mais emblemáticas de Arlindo Cruz. O bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, conhecido como um dos berços do samba, foi exaltado pelo cantor em letras que misturam afeto, identidade cultural e memória coletiva. Arlindo soube traduzir em música a energia das ruas, das rodas de samba e dos encontros que fizeram de Madureira um símbolo da resistência e da alegria carioca.
A música “Meu Lugar”, de Arlindo Cruz, foi gravada em 2007, como parte do álbum “Sambista Perfeito”. A faixa se tornou um grande sucesso e é considerada um clássico do samba, especialmente por sua homenagem ao bairro de Madureira, no Rio de Janeiro. Com versos que retratam o calor humano e a vida pulsante da região, a obra reforça o vínculo afetivo entre o artista e o lugar onde construiu boa parte de sua trajetória. Foi ali que Arlindo viveu a efervescência cultural das décadas de 1980 e 1990 e ajudou a projetar o samba carioca para todo o país.
Madureira também é palco de escolas de samba históricas como Portela e Império Serrano, instituições que ajudaram a formar o imaginário musical de Arlindo. Sua relação com o bairro transcendeu a geografia: virou parte de sua identidade artística.