O julgamento de Jair Bolsonaro, em torno da ação penal que investiga a suposta trama golpista para manter o ex-presidente no poder após as eleições de 2022, pode acontecer a partir do final de agosto.
O cálculo considera os prazos para apresentação das alegações finais das partes envolvidas no processo, visto que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) avançou para a etapa final do processo nesta sexta-feira, 27.
A conta é feita da seguinte forma: primeiro, a Procuradoria Geral da República terá 15 dias para apresentar suas alegações finais. Com isso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deverá informar ao STF nesse prazo se quer a condenação ou a absolvição dos oito réus do chamado núcleo crucial.
Fazem parte deste núcleo:
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Depois, Moraes deu prazo para os réus apresentarem suas alegações finais .
Primeiro, será o réu colaborador Mauro Cid, que terá 15 dias para apresentar sua posição.
Na sequência, haverá um prazo de 15 dias para as demais defesas dos sete réus envolvidos no caso.
Além disso, Moraes ressaltou que os prazos processuais não serão congelados durante o processo.
“Os prazos processuais da presente ação penal não serão suspensos no período de 2 a 31 de julho de 2025, em virtude de tratar-se de ação penal originária com a existência de réu preso”, disse, na determinação.
Depoimento de Bolsonaro
Jair Bolsonaro é figura central na ação que apura o planejamento de um golpe de Estado. O ex-presidente depôs no STF no dia 10 de junho e buscou distanciar sua imagem daqueles que pedem intervenção militar.
Nesta quinta-feira, 26, Bolsonaro participou de eventos políticos em Belo Horizonte (MG), também comentou os processos que enfrenta e afirmou que 'teremos um julgamento político pela frente. Acredito em Deus, o que vier a acontecer... Nós suportaremos.'"