A Koppert Brasil lidera o ranking das maiores empresas de bioinsumos do Brasil, com receita oficial divulgada de aproximadamente BRL 900 milhões em 2024 (converter para USD). É o que aponta levantamento realizado por Gabriel Medina, professor da Universidade de Brasília.
De acordo com o acadêmico, o estudo foi feito com base no faturamento publicada pelas empresas, o que permite identificar os principais atores desse setor em franco crescimento no Brasil.
Em segundo lugar no ranking aparece a Biotrop Soluções Biológicas, com cerca de BRL 740 milhões de faturamento divulgado.
Logo em seguida vem o ecossistema Cogny, com faturamento em torno de BRL 700 milhões. O grupo inclui as empresas fabricantes de insumos biológicos Simbiose, Bioma, Biagro, Biograss, e BioJet.
Além dessas, outras empresas elencadas no ranking como as mais importantes no segmento incluem:
• Agrivalle Brasil (faturamento de BRL 220 milhões)
• Vittia (faturamento de BRL 210 milhões)
• Ballagro Agro Tecnologia (faturamento de BRL 200 milhões)
• Andermatt Brasil (faturamento de BRL 80 milhões)
Além dessas, as demais empresas fabricantes de insumos biológicos somaram faturamento de BRL 195 milhões. Estão dentro desse montante De Sangosse Brasil, Lallemand Plant Care Brasil e AgBiTech Brasil, entre diversas outras.
O professor Medina ressalta que o levantamento ainda está em desenvolvimento e trata-se de um projeto aberto para profissionais e especialistas do setor contribuírem com dados adicionais para tornar a análise mais precisa e abrangente.
De acordo com especialistas ouvidos pelo AgroPages, iniciativas como essa são essenciais para entender o avanço dos bioinsumos no mercado agrícola brasileiro, que vem ganhando espaço diante da crescente demanda por práticas agrícolas ambientalmente responsáveis e eficientes. A participação dessas empresas demonstra o potencial de inovação e crescimento desse segmento estratégico para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
Players em um Mercado Expansivo
O mercado de bioinsumos agrícolas no Brasil alcançou um faturamento estimado em R$ 5 bilhões na safra 2023/24, considerando o preço final pago pelo agricultor, conforme dados da CropLife Brasil.
Segundo dados da DunhamTrimmer – International Bio Intelligence, o mercado global de biológicos deve atingir USD 30 bilhões até 2030, com taxa de crescimento anual composta de 10,42%.
“O Brasil é hoje o mercado dinâmico, não somente da América Latina, mas também em nível mundial. Isso gera um efeito de atração muito forte para empresas e para tecnologias. Vejo que há uma consolidação gradual, onde ficarão players, ou empresas, com respaldo técnico, com qualidade comprovada, com modelos de distribuição eficientes, que vão ser os que vão sobreviver e vão dar sustentabilidade”, afirma Ignacio Moyano, Vice President of Business Development Latin America da DunhamTrimmer.
De acordo com o especialista, a presença no Brasil de um número muito bom de empresas locais foi fundamental para o crescimento de biotecnologia no Brasil. Pela DunhamTrimmer, Ignacio Moyano vem trabalhando em diversas fusões e aquisições de empresas nesse segmento de mercado.
“As empresas estão em uma busca de alternativas, tanto locais a fertilizantes importados e à consolidação de atores internacionais que buscam espaços com alianças e também com aquisições de empresas locais. Então é fundamental entender bem as particularidades do mercado atual do Brasil, como a estrutura de distribuição, as exigências regulatórias, e a adaptação de tecnologias a condições locais, como fatores de barreira para poder fazer um ‘landing’, uma entrada no mercado brasileiro”, conclui o executivo.
Autor do levantamento, Gabriel Medina é Pós-doutor em Políticas Ambientais pelo Imperial College London (Reino Unido) (2014) com bolsa da Capes. Também é Doutor em Ciências Naturais pela Universidade de Freiburg (Alemanha) (2008), revalidado como doutor em Ciências Agrárias pela Universidade Federal do Pará. Além disso, é Licenciado Pleno em Ciências Agrárias com mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do Pará (2003).