Nos últimos anos, as chamadas “canetas emagrecedoras” ganharam popularidade pela promessa de perda de peso rápido e sem muito esforço. Elas agem controlando o apetite e prolongando a sensação de saciedade, ajudando o paciente a comer menos.
Porém, quando usadas sem a prática regular de exercício físico, podem trazer consequências sérias para a saúde e para a manutenção dos resultados.
Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025, cerca de 31% da população adulta brasileira vive com obesidade. Além disso, entre adultos, 68% estão com excesso de peso, sendo 37% com sobrepeso. (1)
É necessário políticas públicas que incentivem hábitos saudáveis como a prática regular de exercício físico regular e alimentação saudável para reduzir o crescimento dessa pandemia, com ações que realmente faça a diferença e não apenas faça o gasto de dinheiro público “tampando o sol com peneira”.
A perda de peso rápida provocada por essas medicações não diferencia gordura de músculo.
Sem estímulo muscular (como musculação, exercícios funcionais ou esportes), o corpo tende a queimar também massa magra, Isso gera um metabolismo mais lento provocando fraqueza física e desregulação hormonal.
Sem treino, o gasto calórico diário diminui, tornando o corpo mais propenso a recuperar o peso após o fim do uso da medicação. O famoso (efeito sanfona).
Quando o indivíduo é praticante de exercício regular ele tem diversos benefícios e está menos propenso a desenvolver o sobrepeso ou obesidade.
Exercícios aeróbicos fortalecem o coração, melhoram a circulação sanguínea , ajudam a controlar pressão arterial, glicemia e colesterol. Exercício de força estimula a densidade óssea e fortalece músculos do centro do corpo melhorando a postura.
A perda de peso sem treino pode gerar flacidez, baixa disposição e piora na composição corporal afetando a estética e qualidade de vida.
As canetas emagrecedoras podem ser ferramentas úteis quando indicadas e acompanhadas por profissionais, mas jamais devem substituir exercício físico e hábitos saudáveis.
O treino preserva músculos, mantém o metabolismo ativo e garante resultados duradouros, enquanto protege o corpo por dentro e por fora.
A partir dos 30 anos, começamos a perder gradualmente massa muscular (em média 3% a 8% por década). Essa perda acelera após os 50 anos, podendo chegar a 1% de massa muscular por ano se não houver cuidados. (2)
Emagrecimento inteligente é feito com alimentação equilibrada, treino consistente, descanso regular. Não procure por atalhos e se necessário acompanhamento médico.
Rogério Garcia é Personal Trainer, 34 anos, casado e apaixonado pela profissão.
Esp. Fisiologia do Exercício e Nutrição Desportiva.
10 anos de experiência na área. Trabalha na Bodytech Goiabeiras
Referências:
1. Atlas mundial obesidade 2025 (Global obesity observatório)
2. Cruz-Jentoft AJ, et al. (2019).
Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis.
Age and Ageing, 48(1), 16–31.
Rogério Garcia é Personal Trainer, 31 anos, casado e apaixonado pela profissão. Trabalha na Bodytech - Ginástica coletiva e Programa Performance Care.