O Irã atualizou nesta segunda-feira (30) para 935 o número oficial de iranianos mortos durante o conflito direto que travou com Israel durante 12 dias neste mês, afirmou o porta-voz do Poder Judiciário iraniano, Asghar Jahangir, com base em dados forenses mais recentes, segundo a agência estatal Irna.
Entre os 935 mortos, estão 38 crianças e 132 mulheres, segundo Jahangir. O porta-voz não atualizou o número de feridos, que era de 5.332.
O novo balanço representa um salto em relação ao balanço oficial anterior do governo iraniano, que falava em 610 mortes, segundo o Ministério da Saúde iraniano.
Do lado de Israel, 28 pessoas morreram e outras 3.238 ficaram feridas e precisaram ser hospitalizadas, segundo autoridades de Saúde israelenses.
Organizações independentes falam em um número maior de mortos no Irã. A ONG Human Rights Activists fala em 1.054 mortes e 4.476 feridos em balanço divulgado semana passada. O Irã atualizou poucas vezes de forma oficial a quantidade de mortos ao longo do conflito com Israel, que está em um período de cessar-fogo desde semana passada.
No final de semana, o Irã afirmou que 71 pessoas morreram no ataque israelense à prisão de Evin, de presos políticos do regime iraniano, na capital Teerã.
Ataques dos EUA atrasaram Irã 'em muitos anos', diz Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insiste que ataques do Exército americano "obliteraram" instalações nucleares do Irã e atrasaram o programa nuclear iraniano "em muitos anos".
"Os ataques atrasaram as atividades nucleares do Irã em muitos, muitos anos", declarou o presidente dos EUA durante declaração na cúpula da Otan em Haia, na Holanda.
A fala é conflitante com um relatório preliminar da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, filiada ao Pentágono, indicou que os ataques que caças norte-americanos fizeram a instalações nucleares do Irã no fim de semana causaram danos menores que os inicialmente anunciados por Trump.
Autoridades iranianas afirmaram que as instalações nucleares ficaram "gravemente danificadas", porém sem dar mais detalhes.
Israel e Irã estão em trégua desde a madrugada de terça-feira (24), e, apesar de ameaças de ambos os lados, não houve ataques registrados entre os países desde então.
Trump afirmou na semana passada que "sem dúvida nenhuma" voltaria a bombardear o Irã caso haja indícios de que o país do Oriente Médio continue enriquecendo urânio.