Uma empresa dos Estados Unidos afirma ter encontrado uma forma de deixar as guerras mais seguras para pilotos de caças e soldados: um drone pequeno, do tamanho de uma mochila, capaz de marcar alvos com lasers – uma tarefa que normalmente colocaria pessoas em risco.
A fabricante PDW diz que seus drones, apelidados de C100, permitem que tropas em terra marquem alvos a partir de posições protegidas, evitando que soldados fiquem expostos ou que aeronaves tripuladas e caras precisem descer para designar o alvo.
Esse processo, chamado de “designação a laser”, consiste em um feixe de laser usado para orientar mísseis ou bombas lançadas por aviões. Até hoje, isso costumava ser feito por soldados, que precisavam se aproximar do inimigo, ou por aviões e drones grandes e caros.
Como o drone funciona
De acordo com a PDW, o C100 pode ser retirado da mochila e colocado em operação em menos de cinco minutos. Ele pode ser controlado à distância, de um local seguro, o que evita que o operador se exponha.
Segundo o site especializado Business Insider, a PDW, sigla de Performance Drone Works, apresentou a ideia ao Pentágono, o quartel-general das Forças Armadas dos EUA, em julho deste ano.
Em uma demonstração, o drone usou um designador a laser para guiar bombas de precisão do tipo GBU-12 lançadas por um caça F-35, um dos aviões mais avançados do mundo, a alvos localizados a 1.000, 1.500 e 2.000 metros de distância. O resultado foi bem sucedido, segundo a empresa.
Menos risco e custo
O diretor da PDW, Raymond DePouli, disse ao Business Insider que os drones já estão sendo comprados pelo Exército norte-americano e que o objetivo é reduzir riscos para pilotos e soldados.
Segundo ele, com o C100, “o soldado passa a ter na mochila a capacidade que antes dependia de um avião de guerra”, como um F-35, um caça F-15 ou até um helicóptero Apache.
Além da segurança, há uma grande diferença de custo. Enquanto um Apache custa cerca de US$ 30 milhões, um drone C100 com laser custa entre US$ 400 mil e US$ 500 mil – ou seja, o preço de um único helicóptero equivale a cerca de 70 desses drones.
‘Poder aéreo de mochila’
A PDW afirma que o C100 foi criado para ser leve, modular e portátil, ou seja, fácil de carregar e adaptar a diferentes funções – desde reconhecimento (observar o terreno e localizar inimigos) até apoio de ataques.
O drone pode voar a até 64 km/h e ser controlado a quase 3 km de distância do operador. Na prática, o equipamento dá ao soldado uma espécie de “poder aéreo portátil”, permitindo que ele observe, marque alvos e chame ataques aéreos sem precisar se aproximar da linha de frente.
Tecnologia usada na Ucrânia
Segundo o Business Insider, o uso de drones para marcar alvos já é realidade na guerra entre Ucrânia e Rússia. A Ucrânia vem usando pequenos drones equipados com lasers ou câmeras para substituir equipamentos caros e tripulados.
Esses dispositivos custam pouco, podem ser produzidos rapidamente e, quando são destruídos, não colocam vidas em risco.
Os Estados Unidos e aliados já possuem aviões e armas muito mais avançados do que os ucranianos, mas continuam interessados na tecnologia de drones compactos.
Para a PDW, esses equipamentos não substituem os aviões de guerra, mas complementam suas funções, permitindo que as aeronaves fiquem em áreas mais seguras e usem sua furtividade de forma mais eficiente.
Em resumo, a ideia é transferir parte das tarefas perigosas para máquinas pequenas e baratas, mantendo soldados e pilotos longe do perigo. “O C100 é uma extensão do soldado. Ele pode ir a lugares onde o soldado iria antes – e se colocaria em risco", disse DePouli.