À medida que reencontrou seu melhor futebol, mesmo antes da convocação à Seleção, Vitor Roque voltou ao radar do mercado internacional, sendo alvo de oferta milionária do mundo árabe e sob expectativa de receber proposta de 50 milhões de euros da Premier League, segundo o empresário do camisa 9. Há motivos, contudo, para ficar no Palmeiras.
Deixar o Brasil na próxima janela seria repetir o movimento de chegar à Europa no meio da temporada, algo considerado como prejudicial para a adaptação de Roque no Barcelona em 2024. Ainda em março, pouco após a ida ao Palmeiras, o staff fazia uma projeção de ele ter ainda condições de voltar à Europa entre 21 e 23 anos.
Vitor Roque tem contrato até dezembro de 2029 com o Palmeiras e quando se transferiu do Barcelona, em fevereiro, buscava espaço para competir, ganhar títulos e reaparecer para a seleção brasileira, da qual estava distante.
Encontrou, em oito meses de clube, suporte, confiança e investimento para chegar a 17 gols, disputar os títulos do Brasileiro e Libertadores, além de ser convocado por Carlo Ancelotti para a última Data Fifa de 2025. A penúltima antes da Copa de 2026.
– Há seis meses nada estava dando certo. O Palmeiras me ajudou de um jeito fora do normal – disse Vitor Roque, após aparecer na lista.
Era justamente esse suporte que o staff do centroavante buscava quando viabilizou a transferência ao Palmeiras em fevereiro.
Na época, Roque estava emprestado ao Real Betis, da Espanha, com uma opção de compra para efetivar no fim da temporada europeia, e a contratação de Cucho Hernández, no início daquele mês e para a mesma posição, ligou o alerta.
– Eu estranhei porque o Betis não tem muito caixa. Ligou meu alarme. Eu via que o Vitor tinha que estar mais acolhido, e o Palmeiras tem todas as diferenças para isso. A opção de morar em frente ao CT, é perto do estádio, da gente. Achei que iria dar força para ele voltar ao nível dele – explica André Cury, empresário do atleta.
Ao mesmo tempo, entendia-se precisar voltar a um lugar que cuidasse dele. Algo que um clube com contrato de empréstimo, já que o Barcelona enfrentava problemas de inscrição e tendia a emprestá-lo outra vez, não poderia oferecer. E o Palmeiras quebrou a tendência de escanteá-lo.
– Vitor demorou um pouco para fazer gols e mantiveram ele no time. Se é por empréstimo, já logo tira. Quando o clube faz um investimento, ele pensa de outra forma – explica Cury.
Não à toa, o próprio Palmeiras não tem interesse em negociá-lo agora. Fez um investimento de 25,5 milhões de euros, além dos bônus a serem pagos ao Barcelona, vinha com dificuldades de encontrar opções no mercado e trabalhou até o último dia de janela para conseguir sua liberação com a La Liga.
Estreou no Paulista sofrendo pênalti na semifinal e final contra São Paulo e Corinthians, demorou 12 partidas até fazer o primeiro gol e enfrentou dificuldades no início, pressionado pelo contexto da contratação, mas bancado por Abel Ferreira na escalação.
E foi uma mudança de esquema do treinador, que passou a utilizá-lo ao lado de Flaco López no ataque, a responsável por destravar os gols e assistências, são cinco até aqui, de Vitor Roque.
– Ele chegou e um mês depois tinha a Copa de Clubes, o Palmeiras demorou para encaixar o time, ali ele não fez gols e número nove é obrigação fazer. É a contratação mais cara da América do Sul, vem com um peso, e a internet hoje é fatal para destruição – diz Cury.
– Acho que o Palmeiras é um clube muito bom para o Vitor em todos os sentidos. Deu apoio quando precisou, manteve no time quando criticavam. Acho que foi um grande aliado nessa conquista nessa volta.

