Cuiabá, 09 de Maio de 2025

ENTRETENIMENTO Quinta-feira, 20 de Março de 2025, 11:12 - A | A

Quinta-feira, 20 de Março de 2025, 11h:12 - A | A

'Só me faltava uma oportunidade'

Cantor de 'Resenha do Arrocha', Eskine garante que não é artista de um hit só

Em entrevista ao gshow, o baiano falou ainda de seus planos para o futuro; conheça a história do 'Gângster do Arrocha'

Gshow

Calma, vida. Tá de boa! O título de uma de suas músicas, resume bem o atual momento de vida de Eskine, de 25 anos, dono do hit viral "Resenha do Arrocha".

Com mais de 7 milhões de reproduções nas plataformas de streaming, ele vem colhendo os frutos do sucesso: com direito a cantar no trio elétrico de Anitta, no carnaval, a convite para se apresentar no Domingão com Huck. O jovem baiano viu sua vida mudar totalmente de novembro de 2024 para cá.

Em entrevista ao gshow, Jonathan - o verdadeiro nome do Gângster do Arrocha (como ele também se define) - , contou como tem lidado com o sucesso e revelou sua história de vida. Antes da fama e da nova conta bancária, ele trabalhou como pedreiro, garçom e chegou a dormir em um quarto com outras nove pessoas da família.

"Não tinha muito espaço, a gente ficava lá do jeito que dava: era colchão de um lado, colchão do outro, três numa cama, eu dormi muito tempo com minha mãe. As coisas mudaram, graças a Deus, minha mãe mora numa casa com três quartos, no mesmo condomínio que minha tia, eu moro sozinho. Agora, o momento é só de felicidade. Sempre acreditei muito, mas não esperava nada dessa forma. 'Resenha do Arrocha' é surreal, quase inacreditável", diz.

Hit atrás de hit
E nada de um hit só! O cantor promete que seu nome vai se manter no topo das paradas por muito mais tempo. E já está: as faixas 'Resenha do Is Love' e 'Mãe Solteira' estão entre as mais ouvidas do Brasil.

"Sempre fui convicto do meu talento, só me faltava oportunidade. A 'Resenha do Arrocha' veio para chamar atenção para o Eskine, porque o 'Resenha' é um movimento que junta uma cultura de onde eu vim", diz.

De servente de pedreiro a autor de hits
Antes do sucesso na música, Jonathan trabalhou como servente de pedreiro, garçom, ajudante de mercado e "tudo mais que aparecesse", como conta. O início na música foi aos 15 anos, tocando violão.

"Um amigo meu sempre levava violão para o colégio, me interessei e peguei para aprender. Quando peguei a primeira música, não larguei mais o violão, encontrei um que era do meu tio e ficou pra mim. Aprendi sozinho, seguindo dicas que me davam e procurando na internet", conta.

A partir daí, o jovem baiano passou a se apresentar na rua, nos transportes públicos, em bares e restaurantes de Salvador. Ele é cria do Uruguai, bairro pobre da Cidade Baixa, em Salvador, mas sempre contou com o apoio da família.

"Eles sempre enxergaram em mim uma esperança na família de mudar nossa questão de financeira. Quando eu era pequeno, tinha o sonho de ser jogador de futebol e eles já acreditavam em mim. Com a música não foi diferente, eles me apoiam muito".

Gângster do Arrocha
Autointitulado 'Gângster do Arrocha', Eskine, de 25 anos, revela que nunca se imaginou no gênero que o apelidou. Antes do hit que embalou o Carnaval de 2025, o cantor era do trap, o que explica a alcunha.

 "Sempre tive essa estética de rua, de uma parada mais periférica, que eu me identifico. Quando passei para o arrocha, vi que é comum ter um estilo um pouco diferente. E aí brincavam muito que eu era mais gângster".

Ele é fã de Pablo, Djavan e Phill Veras, nomes que vão do arrocha, MPB e Nova MPB, mas diz que, apesar de já ter feito trap, não pretende mudar de gênero por enquanto.

"O momento é de foco total. Minha intenção era chamar atenção para a música baiana de periferia. A cultura dos paredões não era muito aceita, principalmente o pagodão por algumas letras. Então para mim, esse sucesso é gratificante".

Resenha do Arrocha reúne hits baianos
A faixa, lançada em novembro de 2024, é, na verdade, um conjunto de diversas músicas, o que comumente é chamado de medley. Por isso Eskine nega as acusações de cópia ou plágio.

"Não foi uma cópia, foi só um medley. Peguei as dez músicas mais ouvidas do pagode baiano, com exceção do 'passinho do romano' que é com funk. O que eu fiz foi a releitura e coloquei no arrocha, simplesmente. Gravei duas, procurei mais o que as pessoas estavam ouvindo... e aí era meio que freestyle, porque eu só sabia a letra, fazia a melodia na hora, com o que veio na mente".

A ideia era juntar o máximo de músicas possíveis, com o intuito de viralizar e atrair todos os públicos. O resultado foi uma faixa de 5 minutos e 53 segundos: "Quem gosta de 'Resenha do Arrocha' escuta do começo ao final e repete de novo ainda. Não tem uma pessoa que fala assim: 'Ah, vou pular logo para essa parte aqui, eu só gosto dessa parte'. A intenção é ser uma música grande, mesmo. Isso de juntar é parte da cultura baiana, do pagodão, do arrocha".

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