O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (16) que acredita no crescimento potencial do PIB (Produto Interno Bruto) acima dos 2,5% e na queda dos juros nos próximos meses. “Tenho muita esperança de que o PIB potencial do Brasil vai superar os 2,5% estimados hoje. O próprio FMI [Fundo Monetário Internacional] teve que mudar o PIB potencial do Brasil de 1,5% para 2,5%. Nosso percentual será maior a partir da vigência da reforma tributária”, afirmou.
Na avaliação de Haddad, o PIB potencial “vai crescer a partir dos efeitos da reforma tributária”, que ele considera “uma das maiores conquistas da sociedade brasileira”. O titular da Fazenda ainda acrescentou que nos próximos meses, vai ser aberto espaço “para uma queda dos juros”.
“Tudo me leva a crer que o ciclo do corte de juros vai silenciar em algum momento dos próximos meses. Vamos abrir um ciclo importante de queda de juros e a economia vai responder muito rapidamente”, disse.
Quando questionado sobre o cumprimento da meta fiscal, Haddad também disse ser possível concluir a gestão de Lula “com uma solidez fiscal bastante superior do que a que recebemos”. “Com as negociações devidas, mantendo o clima de diálogo com o Congresso, acredito que vamos chegar ao fim do ano como fizemos em 2023 e 2024 [dentro da meta]”.
Haddad ainda foi questionado sobre a questão dos Correios e do possível rombo no caixa da empresa pública federal. “A questão dos Correios está inspirando cuidados e muita preocupação. A Fazenda foi envolvida na discussão sobre esse tema, mais recentemente, e estamos acompanhando junto com o Ministério da Gestão e Inovação e a Casa Civil o desenlace dessa questão que tem que ser tratada rapidamente”, observou.
As declarações do ministro foram dadas em participação no J.Safra Investment Conference, painel organizado pelo banco privado.
Bets
O ministro voltou a defender a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o mecanismo de cobrança das casas de apostas. Segundo ele, o governo passado cometeu um grave erro na maneira como tratou as bets.
“Elas foram regularizadas do ponto de vista da legalidade, sem que viesse acompanhado de um tratamento tributário e de saúde pública”, avaliou.
Segundo Haddad, a regularização das casas de apostas aconteceu em um momento precoce, “porque o Estado não estava preparado”.
“O Estado foi leniente porque se passaram quatro anos sem que as bets pagassem impostos a estados e municípios. Do ponto de vista tributário, devemos trabalhar de uma forma similar daquilo que é regular, mas causa dando público: como é o caso do fumo, da bebida alcoólica e também o caso do jogo. O tratamento tributário tem que ser diferente de uma atividade normal”, afirmou.