A taxa de desemprego no Brasil subiu e chegou a 7% no primeiro trimestre do ano. Apesar da alta na comparação trimestral, esta foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em março em toda a série histórica, iniciada em 2012. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa mostra que 7,7 milhões de brasileiros não ocupam uma vaga de trabalho.
Segundo o IBGE, a quantidade de pessoas desempregadas cresceu 13,1% (mais 891 mil pessoas) no trimestre. No entanto, no confronto anual, apresentou queda de 10,5% (menos 909 mil pessoas).
O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável no trimestre e cresceu 3,9% (mais 1,5 mil pessoas) no ano.
Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 5,3% (menos 751 mil pessoas) no trimestre e manteve estabilidade no ano.
O levantamento mostra que o número de empregados no setor público (12,5 milhões) recuou 2,3% (menos 289 mil pessoas) no trimestre e subiu 3,7% (mais 444 mil pessoas) no ano.
Renda média do brasileiro
Os brasileiros empregados recebem, em média, R$ 3.410 – uma alta de 1,2% no trimestre e de 4% no ano, chegando ao recorde da série histórica iniciada em 2012.
A massa de rendimento real habitual (R$ 345 bilhões) manteve estabilidade no trimestre e crescendo 6,6% (mais R$ 21,2 bilhões) no ano.
Desalentados e subutilização
A população desalentada registrou 3,2 milhões, com alta de 6,6% na comparação trimestral, o equivalente a mais 200 mil pessoas nessa condição. Já na comparação anual, houve queda de 10,2% (menos 367 mil pessoas). O percentual de desalentados (2,8%) cresceu 0,2 ponto percentual no trimestre e recuou 0,4 ponto percentual. no ano.
Essa categoria é classificada como todos aqueles com mais de 14 anos que estavam fora do mercado de trabalho e não haviam realizado busca efetiva por uma colocação.
Já a taxa de subutilização, que calcula o percentual de desocupados, subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, e a força de trabalho potencial, ficou em 15,9%. A população subutilizada (18,5 milhões) cresceu 4% (mais 706 mil pessoas) no trimestre e caiu 10,8% (menos 2,2 milhões) no ano.
Informalidade
A taxa de informalidade foi de 38% da população ocupada (ou 38,9 milhões de trabalhadores informais) contra 38,6% (ou 40 milhões) no trimestre encerrado em dezembro de 2024 e 38,9% (ou 38,9 milhões) no mesmo trimestre de 2024.
Grupos de atividade
Segundo o levantamento, a análise da ocupação por grupamentos de atividade não mostrou crescimento em qualquer grupo em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2024. Houve redução em:
- construção (-5%, ou menos 397 mil pessoas)
- alojamento e alimentação (-3,3%, ou menos 190 mil pessoas)
- administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-1,6%, ou menos 297 mil pessoas)
- serviços domésticos (-4%, ou menos 241 mil pessoas)
Houve estabilidade nos demais grupamentos.
População empregada
Segundo o IBGE, a população ocupada (102,5 milhões) caiu 1,3% (menos 1,3 milhão de pessoas) no trimestre e cresceu 2,3% (mais 2,3 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 57,8%, caindo 0,9 ponto percentual no trimestre (58,7%) e crescendo 0,8 ponto percentual (57%) no ano.