O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, pronunciou o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva que serão submetidos ao Tribunal do Júri pelo assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá.
O crime ocorreu em julho de 2024, no bairro Pico do Amor, em Cuiabá. A decisão foi proferida na última sexta-feira (22). O documento não apresenta uma data para o julgamento, que deve ocorrer na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
Eles respondem pelos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e organização criminosa. Heron ainda é acusado de abuso de autoridade. O juiz não se pronunciou sobre a condenação dos réus, apenas reconheceu que há provas do crime e indícios de autoria e participação, determinando que o caso seja julgado pelo júri popular.
Alex Roberto de Queiroz Silva é apontado como responsável pelos disparos que ceifaram a vida de Renato Nery. Ele foi alvejado na frente do escritório de advocacia onde trabalhava. Já Heron Teixeira é acusado de intermediar o crime. De acordo com a denúncia, Heron providenciou os meios para o crime, enquanto Alex Roberto executou o advogado sob promessa de pagamento de R$ 200 mil.
Ambas as defesas pediram a impronúncia dos réus. Enquanto Heron apontou insuficiência de indícios de autoria e a revogação da prisão preventiva, Alex pleiteou pelo afastamento dos crimes conexos e da qualificadora do perigo comum. Os pleitos não foram acolhidos pelo magistrado.
Gaíva avaliou que os elementos colhidos durante a instrução processual “fornecem indícios suficientes que recaem sobre ambos os acusados”. Ele destacou a própria confissão de Alex, que afirmou ser o autor dos disparos que mataram a vítima. O réu admitiu que estava com problemas pessoais e muita dívida e que, por isso, aceitou a proposta que teria sido partida de Heron para executar o advogado.
“Dessa forma, a combinação da confissão judicial com os depoimentos testemunhais e as provas técnicas produzidas na investigação policial constitui um conjunto de indícios mais do que suficiente para submetê-lo a julgamento pelo Tribunal do Júri”, destacou o juiz na decisão.
Conforme a decisão, Heron Teixeira e Alex Queiroz continuarão presos enquanto aguardam julgamento.