Cerca de uma em cada seis pessoas acima de 60 anos foi vítima de abuso em 2024. O 'Junho Violeta' foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e alerta para conscientização e combate a atos de violência contra os idosos. O objetivo da campanha é despertar a sociedade como um todo no processo de sensibilização para coibir, diminuir e amenizar o sofrimento da pessoa idosa contra a violência que essa população vem sofrendo.
De janeiro a maio de 2025, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) registrou mais de 72 mil denúncias e 419 mil violações de direitos contra pessoas idosas no Brasil. Entre as formas mais comuns estão: negligência (14,7%), exposição a riscos à saúde física (12,7%), tortura psíquica (11%), insuficiência afetiva (9,1%), maus-tratos (9,0%) e abandono (6,3%).
Os casos suspeitos ou confirmados de violência contra a pessoa idosa são objetos de notificação compulsória pelos profissionais de saúde pública ou privada em todo o território nacional. Fazendo parte do cuidado integral, o encaminhamento destas pessoas idosas em situação de violência para os órgãos responsáveis pela proteção e responsabilização: Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e Central Judicial do Idoso.
Dados do Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH) – plataforma do ministério – indicam que, além da violência física, a negligência ou abandono e a violência psicológica ou moral são as formas mais frequentes de maus-tratos. De 2018 a 2024, foram notificadas mais de 121 mil situações de violência cometidas contra pessoas idosas no Ministério da Saúde.
As estatísticas também revelam um perfil preocupante das vítimas e agressores. A maioria das vítimas de violência contra idosos são mulheres (58,6%), com filhos e filhas sendo os principais agressores (29,5%). O local mais comum das agressões é a própria residência da vítima (71,5%), e grande parte dos casos é recorrente (35,8%). Em termos étnicos, quase metade das vítimas são pessoas pretas e pardas (47,8%).
DENUNCIAR É UM ATO DE CUIDADO!
Veja os canais disponíveis para denúncia e atendimento:
- Disque 100: Canal Nacional de Denúncias de Violações de Direitos Humanos.
- Delegacias Especializadas da Pessoa Idosa: atendimento direto para registro de ocorrências.
- Ministério Público: promotorias de Justiça com atuação na defesa da pessoa idosa.
- Centros de Referência de Assistência Social (CRAS/CREAS): apoio social e acompanhamento psicossocial.
- Conselhos Municipais/Estaduais da Pessoa Idosa: recebem denúncias e acompanham casos.