Cuiabá, 23 de Junho de 2025

CIDADES Segunda-feira, 23 de Junho de 2025, 07:21 - A | A

Segunda-feira, 23 de Junho de 2025, 07h:21 - A | A

RESPEITO EM TODAS AS FASES

Junho Violeta alerta para violência e preconceito contra a população idosa

De 2018 a 2024, foram notificadas mais de 121 mil situações de violência cometidas contra pessoas idosas

Elloise Guedes

Cerca de uma em cada seis pessoas acima de 60 anos foi vítima de abuso em 2024. O 'Junho Violeta' foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e alerta para conscientização e combate a atos de violência contra os idosos. O objetivo da campanha é despertar a sociedade como um todo no processo de sensibilização para coibir, diminuir e amenizar o sofrimento da pessoa idosa contra a violência que essa população vem sofrendo.

De janeiro a maio de 2025, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) registrou mais de 72 mil denúncias e 419 mil violações de direitos contra pessoas idosas no Brasil. Entre as formas mais comuns estão: negligência (14,7%), exposição a riscos à saúde física (12,7%), tortura psíquica (11%), insuficiência afetiva (9,1%), maus-tratos (9,0%) e abandono (6,3%).

Os casos suspeitos ou confirmados de violência contra a pessoa idosa são objetos de notificação compulsória pelos profissionais de saúde pública ou privada em todo o território nacional. Fazendo parte do cuidado integral, o encaminhamento destas pessoas idosas em situação de violência para os órgãos responsáveis pela proteção e responsabilização: Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) e Central Judicial do Idoso.

Dados do Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH) – plataforma do ministério – indicam que, além da violência física, a negligência ou abandono e a violência psicológica ou moral são as formas mais frequentes de maus-tratos. De 2018 a 2024, foram notificadas mais de 121 mil situações de violência cometidas contra pessoas idosas no Ministério da Saúde.

As estatísticas também revelam um perfil preocupante das vítimas e agressores. A maioria das vítimas de violência contra idosos são mulheres (58,6%), com filhos e filhas sendo os principais agressores (29,5%). O local mais comum das agressões é a própria residência da vítima (71,5%), e grande parte dos casos é recorrente (35,8%). Em termos étnicos, quase metade das vítimas são pessoas pretas e pardas (47,8%).

DENUNCIAR É UM ATO DE CUIDADO!

Veja os canais disponíveis para denúncia e atendimento:

- Disque 100: Canal Nacional de Denúncias de Violações de Direitos Humanos.
- Delegacias Especializadas da Pessoa Idosa: atendimento direto para registro de ocorrências.
- Ministério Público: promotorias de Justiça com atuação na defesa da pessoa idosa.
- Centros de Referência de Assistência Social (CRAS/CREAS): apoio social e acompanhamento psicossocial.
- Conselhos Municipais/Estaduais da Pessoa Idosa: recebem denúncias e acompanham casos.

Comente esta notícia