O recuo pragmático de Donald Trump no tarifaço sobre o Brasil, diante do impacto inflacionário nos Estados Unidos, é mais uma derrota do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na outra ponta, uma vitória do presidente Lula.
Agora, ficam praticamente as sanções sobre Alexandre de Moraes e família, que não atingiram o objetivo do deputado, de livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de uma condenação no Supremo Tribunal Federal.
Pior, a ação desastrosa de Eduardo Bolsonaro, criticada até por seus aliados, acabou transformando o deputado em réu no STF, com grande possibilidade de ser condenado. Ele vai perder o mandato e corre risco de ser preso.
Se, no início a ação do deputado parecia ter tido sucesso, agora está dando tudo errado. Para alívio dos bolsonaristas, a segurança pública substituiu o tarifaço como tema principal do debate brasileiro.
A ordem executiva emitida ontem por Donald Trump é bem diferente da que impôs o tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros.
Na editada nesta quinta-feira (20), Trump não cita o julgamento de Jair Bolsonaro nem critica o STF, justificativas usadas na ordem original para punir o Brasil e também autoridades brasileiras, com aplicação da Lei Magnitsky e revogação de vistos de entrada nos Estados Unidos.
Essas sanções políticas agora vão entrar na mesa de negociações. A ordem executiva de ontem deixou claro que, agora, começa a fase das negociações entre os dois lados.
O anúncio de ontem não revogou completamente o tarifaço, mas tirou da tarifa de 40% os principais produtos da pauta de exportação das empresas brasileiras para os Estados Unidos, como carne, café e frutas. Ainda faltam aliviar para máquinas industriais, móveis e calçados.

