Cuiabá, 18 de Junho de 2025

BRASIL Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 14:26 - A | A

Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 14h:26 - A | A

desafetos de Bolsonaro

Abin Paralela espionou Moraes, Lira e Gilmar, diz PF

R7

A investigação da Polícia Federal revelou que autoridades e políticos foram monitorados durante um suposto esquema de espionagem operado por uma “Abin Paralela”, que teria funcionado dentro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-SP).

Segundo o relatório entregue nesta terça-feira (17) pela PF, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão entre os alvos, assim como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). As investigações também indicam que jornalistas foram monitorados.

Assim, a PF indiciou mais de 30 pessoas, entre eles, o filho do ex-presidente e vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época dirigia a Abin, e o atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correa, indicado pelo presidente Lula.

No relatório de mais de 800 páginas, a PF detalha o monitoramento de inimigos políticos de Bolsonaro, como ministros, políticos e até jornalistas. Além disso, mostra a espionagem contra servidores da Receita Federal que atuaram para investigar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Autoridades monitoradas

Ainda no STF, os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso — atual presidente da Corte — também aparecem na lista de monitoramentos ilegais.

No Legislativo, a Polícia Federal identificou indícios de que o suposto grupo espionava, além de Arthur Lira, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, além de outros parlamentares de ambas as Casas.

A apuração também revelou que servidores do Ibama e autoridades da Receita Federal tiveram informações “avaliadas” pelo grupo, assim como as do ex-governador de São Paulo João Doria.

Relembre

O indiciamento é resultado da Operação Última Milha, que apura a atuação de uma suposta organização criminosa responsável por monitoramentos ilegais de desafetos do ex-presidente Bolsonaro, além da produção de notícias falsas a partir dos sistemas da Abin.

“O grupo utilizou ferramentas e serviços da agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, visando à obtenção de proveitos pessoais e até mesmo à interferência em investigações da Polícia Federal”, informou a PF à época.

De acordo com as investigações, o programa utilizado permitia o monitoramento de até 10 mil celulares por ano. O uso da ferramenta não configura crime quando feito mediante solicitação formal às operadoras, como parte de investigações em curso. Nesses casos, os dados são obtidos com autorização legal.

 
 

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