O mercado do milho segue atento às projeções globais e às estratégias de comercialização diante da recente atualização do relatório de Oferta e Demanda do USDA. Segundo a TF Agroeconômica, a principal recomendação aos produtores é permitir que os preços subam antes de realizar vendas significativas. Caso seja necessário negociar para saldar dívidas, a orientação é reservar entre 8% e 12% do valor para reinvestir em contratos futuros na B3, aproveitando as altas previstas até dezembro.
Nos Estados Unidos, a safra 2025/26 deve registrar aumento da oferta, exportações recordes e estoques finais levemente reduzidos. O relatório aponta que os estoques iniciais ficaram 508 mil toneladas maiores, com menor uso em 2024/25. A produção foi estimada em 427,11 milhões de toneladas, um avanço de 1,83 milhão frente ao mês anterior, sustentado pelo aumento da área colhida para 36,42 milhões de hectares — a maior desde 1933. O consumo total também subiu para 407,82 milhões de toneladas, com exportações atingindo 75,57 milhões, refletindo forte competitividade no mercado externo.
No cenário global, a produção de milho em 2025/26 deve alcançar 1,573 bilhão de toneladas, alta de 0,9 milhão em relação ao mês passado. A União Europeia, Sérvia, Rússia e Moldávia registraram cortes produtivos, compensados parcialmente por ganhos na Índia, Zâmbia e Canadá. No comércio internacional, os EUA e a Zâmbia devem exportar mais, enquanto Sérvia, Rússia e UE apresentam retração. As importações aumentaram para a UE, Malawi e Zimbábue, mas caíram na Índia.
Com esse quadro, os estoques mundiais foram ajustados para 281,4 milhões de toneladas, redução de 1,1 milhão em relação ao último relatório. As quedas mais expressivas vieram de China e Rússia, compensadas por altas na África do Sul e Ucrânia. O preço médio pago ao produtor norte-americano, por sua vez, permanece estável em US$ 3,90 por bushel, reforçando um ambiente de cautela para os próximos meses.