Cuiabá, 02 de Agosto de 2025

POLÍTICA & PODER Quinta-feira, 24 de Julho de 2025, 14:33 - A | A

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negociações

UE pede ajuda da China para convencer Rússia a aceitar cessar-fogo na guerra da Ucrânia

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen quer que governo chinês 'use sua influência' com governo russo para alcançar uma trégua no conflito, que completou três anos em fevereiro

G1

A União Europeia pediu ajuda da China para convencer a Rússia a aceitar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quinta-feira (24).

Ursula von der Leyen disse que expressou ao governo chinês as preocupações da UE sobre o conflito, que completou três anos em fevereiro, e espera que o presidente Xi Jinping use sua influência para pressionar o presidente russo, Vladimir Putin.

"Pedimos à China que use sua influência para levar a Rússia a aceitar um cessar-fogo, iniciar negociações de paz e pôr fim ao derramamento de sangue. (...) A forma como a China continuará a se posicionar em relação à guerra de Putin será um fator determinante para nossas relações daqui em diante", disse ela.

Falando em Pequim, capital chinesa, após se reunir com Xi Jinping em cúpula econômica entre o bloco europeu e a China, von der Leyen acrescentou que a relação entre europeus e chineses estão em um "ponto de inflexão" neste momento, e que é importante pôr fim ao derramamento de sangue na Ucrânia.

A fala da chefe da UE ocorre um dia depois do 3º encontro de negociações diretas entre Ucrânia e Rússia pelo fim da guerra. O encontro não gerou grandes avanços, e ambos os países dizem estar longe um do outro nas condições que cada um quer para chegar a um acordo, apesar de pressão internacional por um cessar-fogo imediato. A Rússia adota um tom pessimista, e a Ucrânia rejeita "ultimatos" russos.

O governo chinês não respondeu publicamente à fala de von der Leyen até a última atualização desta reportagem. No entanto, Xi Jinping disse aos líderes do bloco europeu que é necessário trabalhar para aprofundar laços de confiança em um mundo conturbado e que é possível encontrarem um "terreno comum" apesar das diferenças, segundo a emissora estatal chinesa CCTV.

"Quanto mais grave e complexa for a situação internacional, mais importante é que a China e a UE reforcem a comunicação, aumentem a confiança mútua e aprofundem a cooperação", disse Xi à von der Leyen e ao presidente do Conselho Europeu, António Costa.

A China é um aliado geopolítico da Rússia, e adotou uma maior aproximação aos russos nos últimos meses em um contexto que, segundo o governo chinês, é de "mudanças cruciais" no cenário internacional. Ainda não se sabe qual efeito prático o pedido da von der Leyen terá nas discussões por um cessar-fogo, que se encontram em um impasse.

O governo chinês mantém uma posição oficial de neutralidade em relação à guerra na Ucrânia, que começou após a invasão de tropas russas no território do país vizinho em fevereiro de 2022, mas é criticado por governos ocidentais por um apoio econômico crucial a Moscou. A China já rejeitou acusações de fornecer de armas à Rússia e de ter enviado de combatentes chineses para lutar no conflito pelo lado russo.

 

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