Cuiabá, 28 de Dezembro de 2025

POLÍCIA Domingo, 28 de Dezembro de 2025, 10:37 - A | A

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SOLIDARIEDADE

Policiais civis adotam cartinhas de Natal e doam cerca de 200 presentes para crianças e idosos

Da Redação

Policiais civis lotados nas diretorias e coordenadorias presentes no prédio da Diretoria Geral da Polícia Civil de Mato Grosso, em Cuiabá, encararam uma nobre missão este ano: ser Papai Noel de alguma criança ou idoso de projetos solidários e adotar cartinhas de Natal.

As crianças ou idosos foram escolhidas por projetos realizados pelo Instituto Técnico de Educação, Esporte e Cidadania (Iteec Brasil) e o realizado pela investigadora Gracia Maria Santana, na Comunidade Sucuri, desde 2004, que neste ano ocorreu no fim da tarde desta quarta-feira (25.12).

Ao todo, os policiais civis adotaram cerca de 170 cartas de crianças, 100 de projetos do Iteec – meninos e meninas dos bairros Altos do Parque, Parque Geórgia, do Cras Getúlio Vargas e do Projeto Ama Capoeira - e 70 da Comunidade Sucuri, e 30 cartas de idosos do Lar São Vicente de Paulo.

E havia todo tipo de pedidos, de livros a bola de futebol e vôlei, bonecas a pandeiros e berimbau, material escolar a slime e chocolates. Crianças que colocaram nas cartas a gratidão pelo ano que tiveram e a crença de que o Papai Noel lhes daria o presente merecido.

“Este ano fui boazinha, gentil, fiz amizades novas e ajudei minha família e amigos. Se puder, gostaria de ganhar uma luminária fofa em formato de estrela pro quarto, ou um kit de makes. Peço também saúde pra minha família e pra todos também. Obrigada por fazer o Natal ser especial, você é a magia do bem mais real”, escreveu a capoeirista Amabilly Cristina, do projeto Ama Capoeira.

Adoção das cartinhas Os policiais lotados no prédio da Diretoria da Polícia Civil já tinham hábito de adotar cartinhas de crianças no Natal. Porém, neste ano, foram apresentados às ações do Iteec Brasil, que realiza o Natal Solidário há 10 anos e tem sede em um shopping na Capital, e toparam apoiar a causa.

A princípio, seriam adotadas 50 cartas de crianças, porém, a adesão foi tão grande, que 100 crianças tiveram as cartinhas adotadas e mais 30 idosos também. O presidente do instituto, Valteir Vieira Cabral, que também é o Papai Noel das ações, agradeceu ao apoio da Polícia Civil.

“O Papai Noel não consegue fazer nada sozinho, nós temos uma rede de anjos. Nós buscamos os parceiros e algumas pessoas anônimas doaram, mas a Polícia Judiciária Civil abraçou a causa de uma forma inexplicável, doando mais de 100 presentes escolhidos pelas crianças.
Por isso, estou muito grato por cada policial civil, cada anjo que foi colocado em nosso caminho este ano, para que nossas ações fossem ainda
mais especiais”, disse Cabral. 

Comunidade Sucuri

A festa na Comunidade Sucuri, em Cuiabá, realizada pela investigadora Gracia Maria Santana, 60 anos, ocorreu em plena tarde de Natal (25.12).  brinquedos infláveis, lanches e entrega de presentes marcaram o dia especial de mais de 110 crianças, que esperaram ansiosas pela
chegada do Papai Noel Cabral.

Este foi o primeiro ano que Gracia não foi o Papai Noel da ação. A investigadora, que é do primeiro concurso da Polícia Civil de Mato Grosso, de 1987, colocava a fantasia, uma barriga falsa e fazia a alegria da criançada desde 2004.

Ela contou que começou as ações solidárias na comunidade desde que ela foi criada. O local foi formado por famílias que ficaram desabrigadas após a enchente de 2001, que receberam as casas da prefeitura. Ela morou no local e, desde então, passou a ajudar os vizinhos. “Eram muitas pessoas carentes. A Mesa Brasil começou a me ajudar com os alimentos e eu tinha uma parceria na feira, que eu tinha que ir buscar. Eu comecei meu trabalho assim, dando de comer às famílias quando elas estavam precisando”, contou Gracia.

E toda essa bondade ocorre logo após Gracia enfrentar uma batalha contra o câncer de mama que a fez ter que se afastar da Polícia Civil em 2000. Porém, logo que venceu a luta, ela fez questão de passar pela perícia e voltar ao trabalho, dessa vez no administrativo.

Atualmente, ela está lotada no plantão da portaria do prédio da Diretoria da Polícia Civil, já não mora no Residencial Sucuri, mas segue com as ações voluntárias na comunidade e, sempre que necessário, tem ajuda dos colegas do trabalho, que neste ano adotaram cerca de 70 cartinhas de Natal.

"Esse evento é uma ação que traz alegria para muitas crianças cujos pais trabalham, ganham somente um salário e não podem comprar uma boneca, um carrinho para o filho brincar. Então, nessas datas comemorativas, em especial o Natal e o Dia das Crianças, eu faço isso por causa dessas crianças e o que me motiva é ver a alegria delas, um sorriso verdadeiro, a felicidade. Eu me emociono muito com as minhas crianças. Falo ‘minhas crianças’ porque tem mais de 20 anos que eu estou ali naquele bairro atendendo", contou a investigadora Gracia. 

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