O 7 de Setembro é uma data marcante para o Brasil, um símbolo da nossa libertação como nação. Mas para nós, mulheres, a verdadeira independência vai além das fronteiras políticas. Ela se manifesta em cada aspecto de nossas vidas: no pessoal, no profissional, no emocional e no cultural. Eu, Manu Monteiro, sou uma mulher que conhece a fundo essa luta. Como candidata à vereadora, minha trajetória política foi alvo de muitas críticas e ironias. Ouvi várias vezes que, sem 500 mil reais, seria impossível chegar à Câmara, fui tratada com desdém e enfrentada com chacota, como se o mérito não pudesse superar o dinheiro.
Minha batalha não se limitou à política. Desde cedo, enfrentei dificuldades no meu caminho profissional, especialmente no agronegócio, um setor dominado por homens. Mesmo após me formar, o desafio maior foi encontrar espaço. Tive que provar o meu valor em um ambiente que não estava preparado para mulheres. Essa luta pela independência foi e ainda é intensa, mas me moldou para ser quem sou hoje: uma mulher que não se dobra diante das adversidades.
A independência, para mim, é um valor inegociável. Saí de casa aos 16 anos para trabalhar, pois meus pais não podiam me oferecer o que eu sonhava. Lutei desde cedo para conquistar meu lugar, e hoje, minha filha, aos 13 anos, já carrega esse espírito de independência que passei a ela. Ser independente é uma batalha constante, e a mulher encontra inúmeros desafios nesse caminho, seja na sociedade, no trabalho ou em suas relações pessoais.
Fui mãe solo, e minhas atitudes não só influenciam minha filha, mas também refletem em todas as mulheres ao meu redor. Essa jornada me ensinou que cada escolha, cada luta, cada vitória ou derrota impacta o próximo. Já fui vítima de cárcere privado, e no início, achava que aquilo era cuidado. Mas logo percebi que era o contrário: estava presa em um relacionamento abusivo. Somente minha independência emocional e força de vontade me tiraram daquela situação. Hoje, falo sobre isso para alertar outras mulheres sobre a importância de reconhecer e se libertar de relacionamentos narcisistas e tóxicos.
Nesse sentido, trago o exemplo recente de Michelle Bolsonaro, que, ao falar sobre a exoneração de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual, destacou a importância de proteger e ouvir as mulheres. Nenhuma mulher merece passar por isso. Essa é uma causa que defendo fortemente: a luta contra o assédio e o apoio às vítimas, especialmente aquelas que sofrem silenciosamente. Assim como Michelle, eu, Manu Monteiro, sou pelas mulheres. Pelas que sofrem assédio, pelas mães solo, pelos filhos órfãos de feminicídio. A independência feminina deve ser uma bandeira levantada todos os dias.
Denunciar é um ato de coragem. E para as mulheres que estão pensando em denunciar, aqui estão algumas dicas que podem ajudar:
Coletar Provas: Mensagens, e-mails ou qualquer outra evidência são essenciais para fundamentar a denúncia.
Buscar Apoio: Amigos, familiares ou colegas de trabalho podem oferecer suporte emocional durante esse processo.
Consultar um Advogado: Um profissional pode orientar sobre os caminhos legais adequados.
Fazer a Denúncia: Procure as autoridades competentes, como a polícia ou a comissão de direitos humanos da sua cidade.
A independência que celebramos no 7 de Setembro precisa ser também a independência da mulher. Não só no papel, mas na vida real. Liberdade de expressar, de existir, de trabalhar sem medo, de ser respeitada em qualquer ambiente. A minha trajetória mostra que essa luta não é fácil, mas é possível.
Neste Dia da Independência, que possamos refletir sobre o verdadeiro significado de liberdade, tanto para o Brasil quanto para as mulheres que lutam diariamente por um espaço. Independência ou morte, como já dizia Dom Pedro I, mas que seja uma independência plena, sem medo e sem barreiras.