O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (5) que os corpos de dois israelense-americanos levados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023 foram recuperados. Segundo o premiê, os restos mortais de Judih Weinstein Haggai e Gad Haggai foram encontrados e levados de volta para Israel após operação especial do Exército.
'Juntamente com todos os cidadãos de Israel, minha esposa e eu expressamos nossas sinceras condolências às queridas famílias. Nossos corações doem pela perda mais terrível. Que sua memória seja abençoada', disse ele em comunicado, segundo a Associated Press.
As mortes dos dois foram anunciadas em dezembro de 2023. Os militares disseram que eles foram mortos no ataque de 7 de outubro de 2023 e que seus corpos foram recuperados recentemente na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza.
O casal israelense-americano estava fazendo uma caminhada matinal perto de sua casa no kibutz Nir Oz na manhã de 7 de outubro de 2023 quando militantes do Hamas invadiram a fronteira e devastaram diversas bases militares e comunidades agrícolas.
Judih Weinstein Haggai, de 72 anos, ensinava inglês para crianças com necessidades especiais em uma pequena comunidade perto da fronteira com Gaza. Já Gad Haggai, de 73 anos, era um chef aposentado e músico de jazz.
O casal, que era cidadão americano, além de Judih Weinstein Haggai ser natural do Canadá, deixou dois filhos, duas filhas e sete netos, informou o Israel.
Grupo de ajuda humanitária mantém fechamento
A Fundação Humanitária de Gaza manteve o fechamento dos postos de ajuda humanitária no enclave palestino nesta quinta-feira (5). Isso ocorreu após o exército israelense reafirmar que estradas que levam aos centros de distribuição eram 'consideradas zonas de combate'.
O grupo, apoiado por Israel e Estados Unidos e único que foi liberado de entrar com alimentos e mais na região, fechou os centros de distribuição após cerca de 50 mortes que ocorreram durante locais próximo da distribuição. O governo de Gaza afirma que foram provocados pelo exército israelese.
Nessa terça (3), ao menos 27 pessoas morreram. Segundo informações locais, foram feitos disparos por soldados israelenses próximo a um local de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. Em meio a isso, as autoridades locais, controladas pelo Hamas, reclamam da distribuição de alimentos em meio a crise humanitária na região.
O exército israelense disse que suas forças abriram fogo contra um grupo de indivíduos que haviam saído das rotas de acesso designadas perto do centro de distribuição em Rafah.
As mortes aconteceram horas depois de Israel revelar que três soldados morreram durante combates no norte do enclave palestino. A ofensiva militar israelense na região já dura meses em meio a polêmica sobre como pode ser o cessar-fogo.
No domingo (1), autoridades palestinas afirmaram que pelo menos 31 pessoas morreram nos ataques a um centro de distribuição de alimento. Já nesta segunda (2), mais três foram mortos por disparos similares ao que ocorreu nesta terça (3).
Fundação polêmica
A Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e Israel, lançou seus primeiros locais de distribuição na semana passada, em um esforço para aliviar a fome generalizada entre a população de Gaza devastada pela guerra. O plano ignora a ajuda tradicional e tem sido criticado pela ONU e outras instituições de caridade que estão proibidas de entrar em Gaza.
O grupo privado disse que distribuiu 21 caminhões de alimentos na manhã de terça-feira (3) e que a operação de ajuda foi 'conduzida com segurança e sem incidentes no local'. No entanto, houve relatos de assassinatos repetidos perto de Rafah, enquanto multidões se reuniam para obter suprimentos desesperadamente necessários.