Cuiabá, 22 de Julho de 2025

CIDADES Segunda-feira, 21 de Julho de 2025, 14:07 - A | A

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MANDANTES DO CRIME

MP vê motivação mesquinha e denúncia casal por morte de Renato Nery

Provas indiciárias demonstram que Julinere é quem exerceu o papel de mentora intelectual do assassinato

Da Redação

O Ministério Público do Estado (MPE) aditou denúncia sobre a morte do advogado Renato Nery para incluir os empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi como mandantes do crime.

Agora, a empresária Julinere Goulart e seu companheiro Cesar Jorge foram formalmente acusados de serem os autores intelectuais do crime, que teria sido motivado por vingança após uma derrota judicial envolvendo terras avaliadas em mais de R$ 30 milhões.

Renato Gomes Nery havia vencido a causa, o que, de acordo com a investigação, gerou ressentimento e desejo de vingança por parte de Julinere e Cesar. A denúncia detalha que ambos articularam o homicídio e financiaram a execução, pagando R$ 200 mil para que a vítima fosse morta.

Provas indiciárias demonstram que Julinere é quem exerceu o papel de mentora intelectual do assassinato. Testemunha citada pelo MP afirmou que a empresária exteriorizava sua indignação após o insucesso judicial envolvendo a área em litígio no município de Novo São Joaquim, no interior de Mato Grosso, proferindo a ameaças de morte ao advogado.

Durante a investigação, o Ministério Público identificou um bilhete entregue na portaria do condomínio onde Cesar morava. O envelope, com a inscrição “aos cuidados de Cesar Jorge Sechi”, continha uma cobrança de R$ 200 mil feita por Jackson, exigindo o pagamento pela contratação dos executores. O valor, segundo a denúncia, seria transferido via Pix, o que, segundo os promotores, comprova o envolvimento direto do casal na articulação financeira do crime.

Julinere, inclusive, confessou a autoria do crime informalmente ao delegado de polícia, quando foi presa. Já César Jorge Sechi colaborou com o crime, segundo o MP, oferecendo o pagamento de R$ 200 mil para que o policial militar Jackson Pereira Barbosa, indiciado no caso, intermediasse o assassinato com outros investigados. O sargento da PM, Heron Teixeira, é dado como o executor do crime. 

Além da motivação considerada mesquinha, o Ministério Público destaca que o crime foi cometido em plena luz do dia, em via pública e durante o horário comercial, colocando em risco a vida de terceiros. A denúncia também aponta que a vítima foi surpreendida de forma covarde, sem chance de defesa.
Além disso, apontou motivo torpe, “configurado pelo inconformismo e profundo ressentimento decorrente do insucesso judicial na contenda envolvendo considerável extensão territorial no Município de Novo São Joaquim/MT”.

“A torpeza evidencia-se pela motivação mesquinha dos denunciados que, não se conformando com decisão judicial que beneficiou a vítima Renato Gomes Nery na disputa fundiária, coordenaram sua execução movidos exclusivamente por vingança e ganância”, completou.

O caso, que tramita em sigilo, será analisado pela 14ª Vara Criminal de Cuiabá.

 

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