O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento à Polícia Federal, que nunca pediu que o ex-ministro do Turismo Gilson Machado tirasse passaporte para ele
Cid é suspeito de tentar obter o passaporte português para deixar o Brasil. A apuração aponta um possível plano de fuga articulado com apoio de aliados do ex-presidente Bolsonaro.
A investigação é desdobramento de outra ação que mira aliados do ex-presidente e já resultou na prisão do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, também nesta sexta-feira.
A Polícia Federal chegou a pedir a prisão preventiva de Mauro Cid, mas o mandado foi revogado antes do cumprimento. Ainda assim, ele foi convocado a depor imediatamente.
A suspeita da PGR (Procuradoria-Geral da República) é de que Cid estaria tentando sair do país para escapar das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado, pela qual ele, Bolsonaro e outras 29 pessoas já são réus no STF (Supremo Tribunal Federal).
Pedido em 2023
Em fevereiro deste ano, após ser cobrado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o ex-ajudante de ordens disse à Corte que deu entrada em seu pedido de cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023.
O militar disse ainda que, na época, não solicitou e não possui passaporte português (europeu). O tenente afirmou também que, como havia feito o acordo de delação premiada, com uso de tornozeleira eletrônica, seria impossível viajar para o exterior sem autorização judicial.
No documento, Mauro Cid explicou que a solicitação ocorreu pelo fato de que toda a sua família já possuía cidadania portuguesa.