De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de soja em Chicago (CBOT) encerrou o dia em queda nesta terça-feira, pressionado por temores de uma guerra comercial envolvendo os Estados Unidos e seus principais parceiros. O contrato de novembro/24, referência para a safra brasileira, recuou 0,23%, ou $2,25 cents/bushel, fechando a $983,50. O contrato de janeiro/25 caiu 0,03%, encerrando em $994,00. No mercado de derivados, o farelo de soja para dezembro caiu 1,91%, cotado a $288,1/ton curta, enquanto o óleo de soja para dezembro subiu 3,35%, fechando a $42,59/libra-peso.
A baixa foi influenciada pelas ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 25% às importações do México e do Canadá, além de uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China. Apesar das preocupações iniciais, alguns analistas, como Naomi Blohm, da Total Farm Marketing, destacaram que o esclarecimento das tarifas trouxe alívio ao mercado, eliminando incertezas. No entanto, analistas da Capital Economics sugerem que as declarações de Trump podem ter como objetivo obter concessões comerciais antes da aplicação efetiva das medidas.
Além das tensões comerciais, o avanço do plantio de soja no Brasil também pressionou os preços. Segundo a Conab, 83,3% da área planejada já foi semeada, um progresso significativo em comparação aos 73,8% da semana anterior e aos 75% do mesmo período de 2023. Esse ritmo acelerado reforça as expectativas de uma boa safra no Brasil, aumentando a oferta no mercado global.
As primeiras medidas anunciadas por Trump indicam um endurecimento na política comercial externa, com possíveis impactos significativos no comércio agrícola. A imposição de tarifas elevadas sobre parceiros como Canadá, México e China, além de questões políticas envolvendo drogas e imigração, podem redesenhar as relações comerciais e influenciar diretamente o mercado de commodities agrícolas nos próximos meses.